Márcia Georg, a madrinha dos Clubes de Mães de Farroupilha
O negócio dela é trabalhar com grupos para promover o que for preciso para que as pessoas conquistem seus objetivos. Em todas as funções que desempenha, o ser humano, especialmente a mulher, é o foco dos seus esforços.

Claudia Iembo
Especial
A Emater/RS – Ascar é uma instituição que promove a melhoria de vida do homem do campo, valorizando o ser humano e o meio ambiente. Ela presta um serviço voltado para o desenvolvimento econômico e social, buscando a sustentabilidade do meio. A explicação é da extensionista social rural e chefe do escritório municipal, Márcia Georg, a mulher que sempre morou em cidades, mas escolheu o campo para trabalhar, segundo palavras dela própria.
De tanto envolver-se com as pessoas, soma vários cargos em sua carreira. Todos eles resultados de uma característica pessoal: a comunicação, que fornece a ela uma tremenda facilidade de relacionar-se e promover ações sociais. Márcia é presidente da Associação Farroupilhense FazBem e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, além de professora da Língua Portuguesa e Literatura.
Grande colaboradora dos Clubes de Mães do município, ganhou o título de madrinha. Conhece muita gente. Ando nas ruas e é difícil não me pararem para uma conversa. As pessoas me contam coisas como se eu fosse uma velha conhecida e eu gosto de dar atenção a elas, diz.
Uma simples ação de Márcia tem o poder de gerar uma significativa reação. Constatei o exemplo de uma senhora que a procurou enquanto conversávamos para entregar algo e apenas uma pergunta pessoal dirigida a ela, fez nascer um sorriso e um sentimento de proximidade entre as duas mulheres. Como me relaciono com pessoas de diferentes classes sociais, procuro não ser rotulada. Trato todo mundo de forma respeitosa, ainda mais as pessoas do meio rural que são mais receptivas, sinceras e colaboradoras, revela.
Segundo Márcia, é difícil parar no escritório da Emater porque está sempre circulando pelos grupos, na cidade e no interior, fomentando ações que possam assegurar a autoestima feminina. Atualmente, o foco de minha atuação é a ascensão da mulher, garantindo a defesa de direitos e a promoção da igualdade de gêneros, afirma.
Está há 25 anos na instituição. Era bancária e professora na época em que prestou concurso. Uma das transferências em seu trabalho a trouxe para Farroupilha, onde, dois anos após sua chegada, conheceu o marido Carlos Roberto, então um dos proprietários do posto de combustíveis Egon Georg. Fui abastecer o carro da Emater e o conheci. Namorei por sete anos e estou casada há 16. Fruto do casamento, meu filho Carlos Roberto, de 14 anos, resume.
Tanta dedicação ao trabalho e às pessoas que fazem parte dele, a fez entrar para a política: já foi vereadora suplente pelo Partido Progressista e presidente do Movimento Mulher Progressista. Hoje, não vejo que seja ético ter uma sigla partidária uma vez que lido com todos os partidos políticos. Penso que não estar vinculada me ajuda a fazer ações sociais que colaborem com todas as entidades. Não quero nada com a política agora porque tenho que terminar minha passagem pelo escritório municipal da Emater. Em três anos concluo este trabalho, sinaliza.
Pessoal
Márcia confessa que é o tipo de pessoa exigente e perfeccionista. Por isso sofre de enxaqueca. Está sempre buscando auxiliar as pessoas em suas necessidades e acaba doando-se demasiadamente. O cansaço físico e até emocional, segundo ela, é inevitável. Estou acostumada a bastante trabalho. Na Associação FazBem, por exemplo, estamos sempre em busca de ações que arrecadem fundos para as entidades socioassistenciais. Nosso último evento, junto à administração municipal, foi o almoço beneficente da Linha Ely, com o qual arrecadamos pouco mais de 31 mil reais, que serão destinados às crianças carentes da Escola dos Anjos, relata.
Em meio às ações das entidades que coordena, ela ainda encontra tempo para fazer programas de rádio e TV. Preciso ser muito franca e ter muita lisura na fala e na conduta. Se não fosse assim como eu sobreviveria tanto tempo trabalhando com tanta gente?, lança.
Como seu lado profissional é intenso, Márcia fala bastante sobre trabalho. Mas ela mesma se dá conta disso e passa a fornecer mais da sua vida pessoal. Gosto de viajar com minha família. Fujo para Gramado, cidade que sempre escolho para dar uma saída rápida. Aonde vou com meu marido, visitamos as igrejas locais para marcarmos os estilos arquitetônicos como forma de não esquecermos o lugar, diz.
Definitivamente é alguém que gosta de viver em grupos. Mantém um de amigas que sai para jantar às sextas-feiras. Conversamos sobre tudo, menos trabalho. Somos distintas em nossas atuações e respeitamos estas diferenças. Adoro estes encontros, revela.
Vinda de uma família de seis irmãos, natural de Nova Bréscia, ela diz que seus pais primaram pelo ensino superior a todos os filhos. Márcia cursou faculdade de Biologia e de Letras.
Demonstra ser uma pessoa agradecida a tudo o que conquistou e quer continuar colaborando com muita gente, afinal tem apenas 50 anos. Carrega experiência e vontade de sobra para isso.
