Fusca: se ele falasse, diria “obrigado”
O Fusca foi – e ainda é – um carro tão querido no Brasil que ganhou um dia só para ele: 20 de janeiro. Existem grupos que alimentam e compartilham a admiração pelo automóvel consagrado. Existem pessoas que não abrem mão dele

Claudia Iembo
Especial
Paixão é paixão. Segundo o dicionário, é um termo aplicado a um sentimento muito forte em relação a uma pessoa, objeto ou tema. Existem pessoas que se reúnem e formam grupos, unidos pela paixão em comum. Neste mês, alguns destes grupos estão em festa pelo dia 20, dia Nacional do Fusca, o carro que esteve por um bom tempo no topo da preferência dos brasileiros. Deixou a posição no mercado, mas não no coração dos admiradores dele.
No Brasil existem diversos grupos, oficinas e lojas de autopeças especializadas no veículo histórico da alemã Volkswagen. Em Caxias do Sul, por exemplo, há o Old Brothers, no qual estão inseridos alguns farroupilhenses.
O Old Brothers nasceu há três anos e promeve encontros anuais. No ano passado, o pessoal conseguiu reunir 300 carros no shopping MartCenter. O próximo encontro será realizado no dia 17 de abril, no mesmo local. Uma vez por semana os integrantes se encontram por entretenimento e para o planejamento de passeios e encontros com outros grupos do estado. Somos uma grande família, pois além dos 60 integrantes que são proprietários do Fusca e derivados, não podemos esquecer os cônjuges, filhos e pais que acompanham os membros. Mais que apaixonados por Volks, somos realmente amigos, ressalta o locutor do grupo nas festas, Tiago Melgareco.
Melgareco é chefe de oficia de uma concessionária e por 20 anos foi mecânico de automóveis. Conhece os detalhes de funcionamento do Fusca. O carro, além de ter feito parte de sua formação profissional, carrega um forte valor emocional pelo histórico pessoal do moço. Meu irmão teve câncer aos nove anos. Ele está bem hoje, mas lembro-me que saía com ele para passear de Fusca pelo bairro onde nós morávamos e eu nem carteira de habilitação tinha, mas a vontade de passear com ele, e de Fusca, era muito grande então, corria qualquer risco, afirma.
Ele conta que aprendeu a dirigir em um Fusca que o pai tinha, mas a paixão pelo carro nasceu na infância. Hoje, ele é dono de um modelo de 1974. Acredito que o encanto que o Fusca desperta é por sua história, pelos anos de fabricação e por sua simplicidade. Gosto de andar de Fusca e o uso em meu dia a dia porque me sinto feliz dentro dele. Se depender de mim, este carro será eterno porque é perfeito para passear e desfilar, finaliza Melgareco.
