Patrimônio abandonado
Deixada à ação do tempo desde 2013, a casa que foi moradia do padre Oscar Bertholdo espera ações do poder

Deixada à ação do tempo desde 2013, a casa que foi moradia do padre Oscar Bertholdo espera ações do poder público. Prefeitura pretende firmar parceria com entidades para transformar o local em museu do vinho e memorial
Na próxima segunda-feira, 22 de fevereiro, um dos crimes de maior repercussão da história de Farroupilha completa 25 anos. Na manhã daquele dia, o padre, poeta e radialista Oscar Bertholto foi brutalmente assassinado, a golpes de faca na residência onde morava, na esquina da rua Luiz Busetti com Albino Bender, antigo bairro Lovatel, hoje Vicentina. O crime foi cometido por Cleber Zenon da Silva Carneiro, o Alemão, e Zé Carioca, com auxílio de dois menores. Os assassinos esperavam encontrar ouro e dólares.
Após a morte do poeta, no fatídico 22 de fevereiro de 1991, a casa foi ocupada por um morador que permaneceu no local até o início dos anos 2000, quando a prefeitura conseguiu desapropriar o imóvel para instalar a Casa Lar, que funcionou no endereço até 2005. Em seguida o imóvel recebeu uma unidade do CAPS AD. Em meados de 2013 o CAPS foi transferido para o bairro Do Parque.
Abandonada desde então, o tempo não poupou a antiga morada do poeta. Hoje o mato e os cupins tomaram conta de toda a propriedade que é patrimônio do município de Farroupilha. O telhado apresenta problemas estruturais. Telhas estão quebradas e parte da madeira apodreceu. Há Infiltrações e rachaduras nas paredes e a cerca também está comprometida, pois sem pintura, a ferrugem tomou conta dos portões e da própria cerca. Segundo um construtor consultado pelo jornal, por alto são necessários pelo menos R$ 100 mil para deixar a habitação com condições mínimas de uso. Como não foi possível fazer uma análise mais detalhada o valor pode ser maior, pois as condições das estruturas internas também podem estar comprometidas.
Em 2015 a vereadora do PMDB Maristela Pessin, a Tetella, cobrou na tribuna da Câmara de Vereadores uma solução para o local. Na sessão da última segunda-feira a vereadora voltou a exigir uma solução para o local.
Segundo prefeito Claiton Gonçalves, a prefeitura trabalha com a ideia de fazer uma parceria com entidades para restaurar a casa, para isso será feita nos próximos meses uma chamada pública. Há pelo menos seis meses estamos trabalhando com as meninas da Confraria do Vinho, com o pessoal do DNA da Alma e com a AFAVIN. Queremos que essas entidades, assumam o local, a ideia é que se instale ali um museu do vinho e um memorial com lembranças do padre. Nos fundos vamos montar uma sala que será utilizada para as reuniões das entidades, explicou o prefeito.
