Ampliar engajamento na economia circular é meta para o Simplás

Como afirma o presidente da entidade, Cláudio Meneghel

Claudia Iembo
claudia@ofarroupilha.com.br

O setor plástico é de relevância econômica para a nossa região e o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) acaba de eleger sua nova diretoria, tendo como presidente o empresário Cláudio Meneghel. Com vasta experiência no segmento, Meneghel, que tomou posse no dia 5 de agosto, vale-se também dos seus 15 anos na diretoria do sindicato – últimos três como vice-presidente – para falar dos desafios e estratégias da entidade em sua gestão, que seguirá até 2028. Respeito ao meio ambiente é pauta constante. Acompanhe a entrevista exclusiva ao jornal O Farroupilha.

JF -Vamos falar brevemente do senhor? De onde o
senhor é? Quantos anos tem? è casado, tem filhos?
CM
– Sou natural de Caxias do Sul, mas moro em Farroupilha desde 1986. Tenho 58 anos e sou casado com Márcia Meneghel desde 1996. Somos pais de Ana Paula Meneghel, que atualmente tem 17 anos. Minha família é uma parte fundamental da minha vida, sendo fonte de inspiração e apoio em todas as minhas conquistas.

JF – E sobre sua trajetória profissional?
CM
– Iniciei minha trajetória profissional muito cedo, aos 12 anos, na indústria plástica, um segmento que me acompanhou ao longo de toda minha carreira. Trabalhei em quatro empresas do setor, incluindo a extinta Cosipla, que foi uma referência importante aqui em Farroupilha. Essa experiência prática e diversificada me proporcionou conhecimento do mercado e dos processos produtivos da indústria plástica.
Em 2000, dei um passo importante ao lado da minha esposa, quando fundamos a Trughel. Desde então, atuamos no desenvolvimento e no fornecimento de peças plásticas para outras indústrias, buscando sempre a inovação, qualidade e sustentabilidade em nossos produtos.

JF – Quais são, hoje, os principais
desafios na gestão do Simplás e no
relacionamento com as indústrias associadas?
CM
– Os principais desafios na gestão do Simplás e no relacionamento com as indústrias associadas hoje estão relacionados à sustentabilidade, competitividade, inovação, representatividade e também à renovação estrutural do sindicato. É urgente acelerar a economia circular, ampliando a reciclagem e integrando toda a cadeia produtiva do plástico, o que inclui enfrentar a desestruturação da cadeia de reciclagem. Além disso, as indústrias lidam com custos elevados, como resinas, energia e logística, e ainda com forte concorrência internacional, o que exige eficiência, inovação constante e atenção às políticas públicas. Outro desafio é acompanhar as rápidas transformações tecnológicas dos equipamentos, novos materiais e na qualificação da mão de obra. É essencial fortalecer a união e a representatividade das empresas e renovar as estruturas sindicais para manter a relevância diante das mudanças sociais e econômicas.

JF – Como o Simplás tem trabalhado para
fortalecer a representatividade e unir as empresas diante desses desafios?
CM
– O Simplás tem atuado estrategicamente para promover a união e a representatividade do setor, focando no diálogo constante e na escuta ativa para entender as necessidades de seus associados. Uma entidade que fomenta a cooperação, criando e mantendo espaços para trocas, eventos e fóruns que ampliam o relacionamento entre empresas, instituições de ensino e fornecedores. O Simplás também incentiva projetos coletivos que impulsionem a economia circular e a educação ambiental, promovendo capacitação técnica por meio de parcerias com SENAI, SESI, IFRS e universidades. Além disso, o Simplás organiza eventos como o Simpósio de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, que funcionam como plataformas para compartilhar conhecimentos, estabelecer networking e alinhar estratégias.

JF – Que projetos ou iniciativas o
sindicato está desenvolvendo atualmente
para apoiar as empresas associadas?
CM
– Entre as iniciativas mais importantes estão o Espaço Educativo “Somos o Amanhã – Sérgio I. Webber”, que oferece uma experiência interativa, com tecnologias como realidade virtual, para educar sobre economia circular e reciclagem. Outro projeto é o programa Educamais, voltado para educação ambiental em escolas, promovendo conscientização e práticas sustentáveis. O Simpósio de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, organizado anualmente, reúne o setor para debater tendências e soluções. Além disso, o sindicato mantém parcerias estratégicas com instituições como SENAI, SESI, IFRS e universidades, fomentando a capacitação contínua da mão de obra o desenvolvimento tecnológico no setor.

JF – Qual é o peso do setor de material
plástico na geração de empregos
e em outras questões em nossa região?
CM
– O setor plástico é um dos pilares econômicos da região, abrigando aproximadamente 700 empresas de transformação situadas em um raio de 50 km, responsáveis por gerar mais de 15 mil empregos diretos e faturamento superior R$ 7 bilhões anual. São processadas cerca de 600 mil toneladas de plástico por ano, principalmente produtos técnicos que requer alta especialização e inovação constante. Esse ecossistema integrado, que inclui empresas, instituições de ensino, sindicato e parceiros, promove capacitação, tecnologia e sustentabilidade, consolidando a região como um polo de excelência nacional.

JF – Quais são as metas do Simplás
para os próximos anos?
CM
– Para o triênio 2025-2028, as metas do Simplás incluem fortalecer a representatividade sindical e a união das empresas, ampliando o engajamento na economia circular e nas práticas sustentáveis. Continuaremos estimulando a inovação tecnológica e a qualificação da mão de obra, influenciando positivamente as políticas públicas para garantir condições competitivas ao setor, consolidar a imagem do setor plástico como inovador e socialmente responsável, além de continuar promovendo eventos, capacitações e programas educativos para ampliar o conhecimento e comprometimento do setor.

JF – Na sua visão, qual a importância
e o valor da indústria de plásticos hoje?
CM
– O plástico está presente em todo universo de produtos fabricados e comercializados, sendo como componente, produto final ou embalagens, desta forma a indústria do plástico é um motor essencial do desenvolvimento econômico e social na região e no país. É uma fonte constante de inovação, responsável por materiais e processos avançados, e sustenta uma cadeia produtiva estratégica que abrange empresas, reciclagem, fornecedores e educação. Essa indústria precisa crescer de forma sustentável, alinhada aos princípios ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, gerando investimentos, oportunidades de negócios e valor econômico e social visível para a sociedade.

JF – Que mensagem deixaria para
os empresários e trabalhadores da
indústria de material plástico neste momento?
CM
– Segundo dados do Tratado Global sobre Plásticos ocorrido há poucos dias em Genebra, que reuniu representantes de 175 países, até 2060 triplicaremos a produção de plásticos no planeta. Diante destas oportunidades, muitos desafios virão, além dos atuais. A mensagem é que o crescimento do setor plástico depende da união, da inovação e do compromisso com a sustentabilidade. O Simplás está ao lado de empresários e trabalhadores, oferecendo apoio, capacitação e representatividade para transformar desafios em oportunidades. Nenhuma empresa cresce sozinha; crescer juntos significa ser mais forte. Por meio da colaboração, inovação contínua e respeito ao meio ambiente, construiremos um futuro próspero e sustentável para nossa indústria, região e país. Conte com o Simplás como um parceiro dedicado a fortalecer esse caminho.