Alexandra Bernardi e seu mergulho pela inclusão

“A transformação e o crescimento que vi neles valem muito mais do que qualquer troféu ou medalha”

Claudia Iembo
claudia@ofarroupilha.com.br

Há poucos dias, Alexandra Bernardi estava na mídia regional por ter sido reconhecida pelo Legislativo de Farroupilha -por unanimidade – com o título de Mérito Esportivo 2025, e condecorada com a Medalha Yuri Turchetto por sua contribuição ao esporte do município, depois da indicação da vereadora Francyelle Bonaci. Hoje ela mostra o porquê de suas escolhas terem permitido chegar onde chegou: no coração das pessoas com as quais convive, especialmente dos alunos com Transtorno do Espectro Autista da Associação de Pais e Amigos do Autista de Farroupilha (Amafa).

Aos 36 anos, Alexandra se define antes de tudo como mãe do Pedro e filha de Oscar, o famoso Placa ou Bonitão do Kikão, e de Neuza. Mas a identidade que a move é a de educadora física apaixonada pelo esporte e pela inclusão, e foi na junção dessas duas paixões que ela encontrou seu propósito. Ex-nadadora de alto rendimento, Alexandra esteve entre as 25 melhores do Brasil. No entanto, quando o caminho natural seria seguir colecionando conquistas pessoais, ela escolheu o inusitado: dedicar-se a transformar a vida de outras pessoas por meio do esporte.

“Acho que esse momento veio quando comecei a trabalhar com a Amafa, voluntariando-me e vendo o impacto que o esporte podia ter na vida das pessoas, especialmente aquelas com TEA. O esporte mostrou ser mais do que apenas competição; tornou-se uma ferramenta de transformação e inclusão”, conta. Foi nesse contato direto que ela percebeu o real sentido de suas vitórias. “Acredito que foi ao ver o impacto que meu trabalho tinha nas pessoas, especialmente nos alunos com TEA. A transformação e o crescimento que vi neles valem muito mais do que qualquer troféu ou medalha”, afirma.

No convívio com os alunos, ela diz que o aprendizado é constante. “Aprendo muito sobre resiliência, empatia e a importância de viver o momento. Meus alunos me ensinam a ser mais paciente e a ver o mundo de uma maneira diferente”, diz Alexandra. O olhar sensível está focado nos alunos. “O que mais me surpreende é a capacidade de superação e a alegria que o esporte traz para as pessoas com TEA. É incrível ver como eles se desenvolvem e se expressam através do esporte”, conta

  • Pelas escolhas em sua vida profissional, Alexandra ganhou o título e a medalha. “Sinto que o reconhecimento é pelo amor e pela entrega. É sobre o valor da inclusão e sobre acreditar que o esporte pode, de fato, mudar vidas”, fala sobre o reconhecimento recebido no dia 6 de outubro, na Câmara de Vereadores de Farroupilha.
  • Hoje, mais do que ensinar técnicas, Alexandra apresenta um modo de estar no mundo. “O esporte me ensinou muito mais sobre cuidar do que sobre vencer — cuidar dos outros, do próximo, da própria saúde. Ser atleta foi importante, mas poder usar o esporte para fazer a diferença é o que realmente me realiza”, conclui.