A escola e o isolamento social
Hoje quero propor uma reflexão sobre a nossa jornada escolar. Não quero que você comece o texto já pensando em
Hoje quero propor uma reflexão sobre a nossa jornada escolar. Não quero que você comece o texto já pensando em problemas, quero que você leia de coração aberto e faça a reflexão de uma forma geral.
Imagine uma criança iniciando sua jornada na escola regular. Animada, cheia de incertezas, cheia de porquês, cheia de vontade do novo. Os dias passam, as aulas passam e aquela criança animada que sempre estava fazendo perguntas começa a se debruçar nos livros e começa ao invés de questionar, decorar. Tem prova amanhã, tem simulado, tem apresentação. Tem que decorar, tem que saber tudo na ponta da língua. Neste processo, não tem que questionar, tem que saber a resposta pois a família e o aluno estão ansiosos pelo 10. E o 10 é sinônimo de inteligência, sinônimo de aprendizagem e de sucesso.
Pense que, uma matéria da escola geralmente chamamos de disciplina. E o nome já diz tudo: disciplina. No curso “Reaprendizagem Criativa”, da Keep learning School, o professor Murilo Gun cita um exemplo que quero compartilhar aqui pois faz muito sentido. Imagine Napoleão em 1815. Ele entra em um túnel do tempo na sua caravela e chega no Brasil em novembro de 2019. Olha para os lados e não acredita em nada que vê: escadas rolantes, elevadores, carros, celulares… Caminha mais um pouco e chega em uma escola. Ali, sente-se mais familiarizado pois é praticamente igual a escola que conhece.
Ou seja, o que quero dizer: nossas escolas continuam com os mesmos formatos de muitos e muitos anos. Por isso, quero trazer algumas reflexões sobre isso para que todos nós possamos pensar. E pensar também no seguinte: estamos em um momento delicado de isolamento e ao mesmo tempo estamos numa era tecnológica. Por que não unimos a sala de aula à tecnologia? Por que você, pai, mãe que estão lendo este texto resistem tanto? Por que deixar seus filhos no mesmo modelo tradicional que perpetua por séculos?
Não quero aqui dizer o que é certo, o que é errado. O que falta ou o que sobra. Quero apenas que reflita sobre os breves tópicos abaixo e na próxima semana seguimos nesse diálogo.
RESPOSTAS: Estamos doutrinando as crianças muitas vezes a darem a resposta esperada nos livros. O segredo seria seguir buscando a resposta mesmo depois de encontrar ela. Geralmente a resposta mais inusitada é aquela que nos prepara para situações diferentes que vamos encontrar na vida real e que nos fazem sair de nossa zona de conforto. Pense na pergunta abaixo:
– Uma pessoa come um saco de pipoca em 30 minutos. Quanto tempo demora para duas pessoas comerem um saco de pipoca?
A resposta esperada: 15 minutos.
E se… E se o seu filho pensar: mas e se as pessoas vão demorar mais porque elas precisam dividir… e se vão comer mais rápido pois essa segunda pessoa come mais rápido? E SE?
Geralmente esse tipo de situação não ocorre e quando ocorre o aluno será “punido” pois muitas vezes pode parecer que é uma brincadeira. E é ai que vai morrendo a curiosidade… a pergunta…
Ruben Alves diz que as repostas estão nos livros. Os professores provocam o espanto, a curiosidade, a inteligência.
E agora? O que nós como famílias estamos fazendo? O que nós como escolas estamos fazendo? Provocando a curiosidade para termos pessoas mais criativas que pensam em novas soluções? Ou pessoas que pensam todas do mesmo jeito, ou, não pensam?
Semana que vem voltamos com mais provocações sobre esse assunto.