Três conchadas de nóz-pecã

Na Abertura Oficial da Colheita da Noz-pecã no Rio Grande do Sul, evento ocorrido na empresa cachoeirense Pecanita Agroindustrial, a

Na Abertura Oficial da Colheita da Noz-pecã no Rio Grande do Sul, evento ocorrido na empresa cachoeirense Pecanita Agroindustrial, a maior produtora e beneficiadora do fruto da América Latina, o prefeito Sérgio Ghignatti anunciou que Cachoeira do Sul será a primeira cidade gaúcha a oferecer noz-pecã na merenda escolar.
A história do aluno de uma escola de Alvorada, que enviou um áudio pelo WhatsApp a um colega que havia faltado a aula, viralizou nas redes sociais e foi exibida no Jornal do Almoço e no Fantástico: Mano, tu ‘rateou, cara. Eu e o Cauã, a gente comeu três ‘concha’, três ‘concha’ de galinha, filho. Primeiro, a tia serviu lá pra gente só duas ‘concha’, mais dois ‘pedação’ de galinha, assim, né, pra cada um. Aí quando a tia saiu do ‘bagulho’ da concha lá, aí quando ela ia se sentar, a gente correu, foi, pegou a concha e tacou-lhe três ‘conchada’ de galinha, filho. Oh, três conchada de galinha, meu. Repito: três ‘conchada’ de galinha. Tinha que ver. Oh, ‘saímo’ de lá embuchado, meu, disse o garoto, de 15 anos.
No Brasil, muitos alunos chegam para as aulas sem ter feito nenhuma refeição. Há dois anos, num colégio da rede pública do Distrito Federal, um estudante de oito anos desmaiou de fome. Quando o Samu chegou e constatou que o menino estava há muito tempo sem comer, o atendente chorou.
Minha esposa Marta, nos anos em que lecionou em escolas de difícil acesso na área rural, viu o drama das crianças que vão às aulas contando com a merenda. Ela me contou que, naquela época, não havia merendeira escolar. A professora é que tinha que ‘se virar nos trinta’. E confessou rindo: Eu dava um tema aos alunos e, enquanto eles respondiam, corria para a cozinha e colocava algo para cozinhar. E, volta e meia, os alunos sentiam cheiro de queimado e gritavam: ‘Tia, tá queimando a merenda!’.  
Mas foi numa manhã que Marta ouviu a frase que partiu seu coração. Ela se emociona ao relatar o fato: Eu confessei aos alunos que só tínhamos arroz e chuchu. Uma menina sentada no fundo da sala levantou a mão e disse: ‘Professora, pode ser arroz com chuchu mesmo, ainda não comi nada hoje!’.
A inclusão do fruto no cardápio escolar vai fazer a alegria da garotada. E quiça, plagiando o ocorrido em Alvorada, algum garoto eufórico envie um áudio para o colega que faltou a aula: Mano, tu ‘rateou, cara. Eu comi três ‘conchada’ de nóz-pecã, meu.