Vida “boa pra cachorro”!
O Pipo adora passear de carro. É uma criança com pelos. E está acostumado a me esperar sentado no banco
O Pipo adora passear de carro. É uma criança com pelos. E está acostumado a me esperar sentado no banco traseiro enquanto vou ao supermercado. Infelizmente, meu amigo peludo é companhia para todas as horas, mas aqui em Itajaí não pode ir a todos os lugares.
A boa notícia é que o número de estabelecimentos pet friendly – que permite a entrada de animais de estimação – está crescendo no Brasil.
E, ainda que haja os que não aceitem dividir espaço com animais, alegando que “bicho, por mais cuidado que seja, tem cheiro de bicho”, é uma baita sacada, já que, segundo pesquisa do Opinion Box, 48% dos donos de pets já deixaram de frequentar lugares onde os bichinhos não são bem-vindos.
Desde bebê convivo com cães. Quando eu engatinhava, meus pais me flagraram debruçado sobre a vasilha de comida do Tagiba, um cusco “desconfiado pra cachorro” que, rosnando, cravou o olhar neles como que dizendo: “Meu Deus, esse guri não tem amor à vida!”.
Quando cresci um pouquinho, o xodó lá de casa era um ovelheiro “bonito pra cachorro”, de pelagem preta com uma “coleira” branca de pelos no pescoço chamado Pluto. Certa manhã o encontrei morto no asfalto da BR 290, após ter sido atropelado por um caminhão, em frente à oficina mecânica do meu pai. E “chorei pra cachorro”! Meus pais, vendo minha desolação, me deram o Perigo, filho do Cuidado. Quando alguém chegava na fazenda de um dos meus tios, logo ouvia um grito: “Cuidado!”. E o visitante só relaxava quando ele chamava o guaipeca, assobiando e estalando os dedos: “Cuidado, vem cá!”. Como o Perigo era bem pequeno, o perigo era de alguém pisar em cima dele.
Hoje, o “abusado” da família é o Pipo. E, diferentemente dos outros que eram mantidos fora de casa, nosso shih-tzu dorme no colchão magnético Pet Eko’7, toma banho com a linha emotion 4pet da Polishop e só come ração. E merece! Quando eu volto para casa, meu amigo peludo pula em mim e faz a maior festa. Ah, e não importa se eu o tenha magoado: para o Pipo errar é humano, perdoar é canino.
Relata a história que, bem antigamente, os cães domésticos tinham de “trabalhar pra cachorro” para garantir a ração deles de cada dia: caçar, pastorear, vigiar a casa… Devido ao êxodo rural, seus patrões viraram seus pais, e aos poucos a vida dos cães modernos foi se tornando “boa pra cachorro”.