Compostagem Doméstica transforma resíduo orgânico em adubo

Com o projeto desenvolvido pela Afapan, um grupo de 49 pessoas descobre maneira eficaz de contribuir com o meio ambiente e com a sociedade

O cuidado com o meio ambiente começa dentro de casa, onde devemos receber e aplicar a educação para tudo na vida. É neste local que podemos dar a nossa contribuição ao planeta, ensinando pelo exemplo às pessoas que nos rodeiam. 

Acreditando neste princípio, a Afapan- Associação Farroupilhense de Proteção ao Ambiente Natural- está desenvolvendo um projeto piloto de Compostagem Doméstica, que é um processo que transforma resíduos orgânicos como restos de frutas, verduras, borra de café, restos de erva mate, podas de grama, serragem, folhas secas, entre outros, em adubo de qualidade para hortas, jardins, floreiras.

“Acontece em pequena escala, nas residências, apartamentos, quintais das casas. Uma família pode reduzir em mais de 70% o resíduo gerado no seu dia a dia, o que pode impactar enormemente o ambiente, pois além do resíduo orgânico doméstico não ser enviado ao aterro sanitário, ele se transforma em adubo, composto orgânico, que pode ser utilizado na produção de alimentos, árvores, flores, folhagens”, explica Angela Silvestrin, presidente da Afapan. 

Segundo ela, é sabido que grande parte dos resíduos encaminhados ao aterro sanitário podem ser reciclados, reaproveitados ou compostados. “Estima-se que de 40% a 70% destes sejam de resíduos orgânicos que deveriam, se corretamente separados e trabalhados, ser transformados em húmus, matéria orgânica imprescindível para a produção de alimentos, arborização urbana ou rural”, complementa.

A compostagem doméstica foi lançada em um Almoço Ecológico promovido pela AFAPAN e AFAGRO- Associação Farroupilhense de Agricultura Orgânica- em 2017, quando pessoas interessadas se inscreveram. Alguns meses depois, foi realizada uma Oficina de Compostagem coordenada pelo Ecologista Pedro José Lovatto, quando foram entregues conjuntos para compostagem aos inscritos no Projeto. 

Hoje, o grupo piloto é composto por 49 participantes, que realizam a compostagem em kits ou nos quintais de suas casas. Segundo avaliação, há entusiasmo com os resultados que estão obtendo com a compostagem doméstica.

Não é para menos, pois a compostagem doméstica contribui de muitas maneiras com a nossa cidade, como explica Ângela: “redução do volume de resíduo a ser recolhido, transportado e aterrado. O resíduo orgânico, quando misturado ao resíduo seletivo, contamina-o, inviabilizando sua reciclagem; aumento na duração do aterro controlado, diminuição dos gastos públicos com o resíduo sólido e diminuição da geração de resíduos”.

Ao propor o projeto piloto, a AFAPAN visa obter dados sobre a decomposição nas condições climáticas de Farroupilha, sobre as dificuldades enfrentadas e formas de saná-las. “A partir destes dados, o projeto pode expandir-se e contribuir para a educação ambiental e redução do resíduo levado ao Aterro Sanitário, assim como para seu uso em benefício ao ambiente e à sociedade”, finaliza Ângela.