Cleonir e Sidenei na BR 135 Ultramarathon
Os atletas iniciaram a prova às 10h de quinta-feira, 17 e terminaram às 3h40 de sábado, 19. Eles já estão classificados para a BR 135 Ultramarathon do ano que vem

A BR 135 Ultramarathon teve início em São João da Boa Vista, no estado de São Paulo, passou pela Serra da Mantiqueira e terminou em Paraisópolis, em Minas Gerais. Os atletas de farroupilha competiram na modalidade Solo e tiveram o apoio de Lúcio Alberto Zardo e de Marines Simonetti, esposa de Cleonir Simonetti. A alimentação deles foi planejada pela nutricionista Denise Gaio.
Inicialmente o percurso seria de de 223 km, mas antes do começo houve uma mudança e passou a ser de 233 km.
Segundo Cleonir Simonetti, foi a competição mais difícil de todas que participou. “De todas as provas que participei da copa do mundo, estas foi a mais dura de todas”, disse.
A dupla encontrou muitas dificuldades para a realização da prova. Com uma temperatura oscilando entre 40 e 50 graus durante o dia eles tiveram de redobrar o cuidado para não ficar desidratados, inclusive controlar o ritmo por causa do calor.
Simonetti disse que só à noite puderam recuperar o ritmo. “À noite a temperatura baixou para uns 20º, só aí que conseguimos acelerar um pouco mais e recuperar o tempo que tínhamos perdido”.
Os atletas contaram que no segundo dia de prova, novamente, o Sol voltou a castigá-los prejudicando o desempenho. À noite, piorou.
“Ao final da tarde caiu um forte temporal com granizo e vento que chegou a derrubar uma árvore no percurso que impediu que o carro de apoio continuasse nos acompanhando. Sem a equipe de apoio tivemos de carregar nossa comida e o material de hidratação. Esta situação depois de 200 km de prova cria uma condição muito adversa para o atleta e produz um cansaço extremo”, lamentou.
Eles disseram também que o nível dos competidores era muito alto. “Entre os competidores internacionais o nível era muito forte”, observou.
Os farroupilhenses conseguiram o 14º e 15º lugar. “Estamos felizes por termos ficados entre os 15 primeiros colocados. Houve momentos que chegamos a estar entre os cinco primeiros, mas por causa do temporal e por termos de carregar nossa comida e água, fomos perdendo posição. Fizemos o tempo de 41h32min”.
Cleonir e Sidenei chegaram ao final da competição extremamente cansados. “Chegamos muito cansados, com bolhas no pés e alergias provocadas pelo uso da roupa molhada e do suor”, explicou. Ele disse também que os problemas físicos dos atletas foram se agravando no decorrer do percurso.
Simonetti conta que muitos competidores abandonaram a prova. “Dos mais de 120 atletas que começaram mais de 60 abandonaram a prova em razão das condições oferecidas como alta temperatura entre outras”.
Para Sidnei Feliponi a experiência foi inenarrável. Segundo ele “É uma prova sem limites onde 80% é a tua mente que comanda e faz tu terminar a prova. Esta foi uma das maiores experiências que tive no mundo das Ultramaratonas”.
Sobre a BR 135 Ultramarathon, Feliponi diz que ela é diferente de todas as outras competições. “É uma prova totalmente desafiadora, pela distância, pelo calor. Essas condições levam o teu corpo ao limite. Nos dois dias eu e o Cleonir tomamos 40 litros de água. Só conseguimos terminar a prova graças a equipe de apoio.”.
Feliponi também destacou que na hora da dificuldade o que deu força para continuar foi lembrar da família. “Na hora da dificuldade o que tu te agarra é o apoio dos familiares e amigos que estão torcendo por ti e mandando energias positivas”, ressaltou.
Para participarem da BR 135 Ultramarathon Cleonir e Sidenei se prepararam durante seis meses fazendo mais de três mil quilômetros de treinamento. Eles tiveram o acompanhamento da nutricionista Denise Gaio, a preparação física de Micael Potter, e durante cinco meses tiveram o acompanhamento físico funcional da Life Health.
Cleonir e Sidenei tiveram o apoio da Associação Hermelu Runners e de pessoas amigas que ajudaram para que eles pudessem participar da competição.