Associações de bairros: Foco na organização e força comunitária

Após três mandatos consecutivos à frente da UAB, Dilço Rodrigues destaca conquistas, avanços e desafios da associação de bairros de Farroupilha

O ciclo totalizando seis anos, gestão de 2019 a 2025, foi marcado pelo fortalecimento da participação comunitária e pelo esforço contínuo de integrar as demandas dos bairros, ampliando a representatividade junto ao poder público. “Todos esses anos como presidente da entidade, consegui realizar um bom trabalho graças ao apoio e esforço de diretorias comprometidas e empenhadas em ultrapassar dificuldades”, destaca Dilço Rodrigues, ao comentar o período em que ficou presidente da União das Associações de Bairros (UAB).

Conforme o ex-presidente a UAB atua como articuladora entre as 25 associações de moradores que compõem a entidade, promovendo diálogo, troca de experiências e identificação de problemas comuns relacionados à infraestrutura, segurança, mobilidade, saúde e educação. “Essa atuação conjunta contribui para que as reivindicações cheguem de forma mais organizada e com maior peso às instâncias municipais”, comenta Rodrigues. Ao longo dos anos, a entidade reforçou a importância da união entre os bairros.

“O objetivo foi evitar que cada comunidade busque soluções de maneira isolada, o que pode enfraquecer demandas e atrasar melhorias necessárias”, ressalta Dilço, referindo-se às demandas comunitárias encaminhadas ao poder público. Para ele, a mobilização coletiva também incentiva o engajamento dos moradores, fortalecendo o sentimento de pertencimento e ampliando iniciativas de voluntariado e ações comunitárias.

Apesar dos avanços, o ex-presidente salienta que a UAB enfrentou desafios importantes. Um deles é a dificuldade de diálogo com alguns gestores públicos os quais, segundo Dilço Rodrigues, nem sempre compreendem que as associações atuam para colaborar com o desenvolvimento da cidade. A falta de retorno a reivindicações e demora em respostas oficiais são apontadas como entraves frequentes.
Outro problema é a falta de recursos financeiros. Tanto as associações de moradores, AMOBs, quanto a entidade, UAB, não possuem orçamento suficiente para custear despesas básicas, como serviços contábeis, o que compromete a organização administrativa e limita o desenvolvimento de projetos.

Mesmo diante das dificuldades Rodrigues destaca que o trabalho integrado das associações segue como instrumento fundamental para fortalecer o controle social, acompanhar políticas públicas e garantir que as ações do município reflitam as reais necessidades da população. “O principal legado deixado é a estrutura de diálogo e a base de 25 associações mobilizadas, garantindo que o próximo ciclo de liderança encontre uma entidade com princípios claros de transparência e participação social. O desafio para a próxima gestão será superar a barreira da interlocução e garantir a sustentabilidade financeira das associações”, finaliza o ex-presidente Dilço.

Rodrigues destaca a importância do coletivo
Grande participação nas assembleias foi uma característica da gestão, mostrando a capacidade de dar voz a todos