Sistema Fiergs encerra 2025 com avanços em atendimentos à indústria, educação e saúde

Federação atendeu quase 11 mil empresas e reforçou atuação junto às pequenas e médias

O Sistema Fiergs – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, encerra 2025 com avanços nos atendimentos à indústria e na oferta de educação e saúde aos trabalhadores. Ao todo, quase 11 mil empresas foram atendidas, crescimento de 30% sobre o ano anterior. Um dos focos da gestão do presidente Claudio Bier, as indústrias de pequeno e médio porte tiveram destaque, com serviços prestados cobrindo 63% do segmento. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 9 de dezembro, na sede da entidade, em Porto Alegre, quando também foram divulgadas as projeções econômicas para 2025 e as perspectivas para 2026 pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da federação.

“Este foi um ano de consolidação do nosso projeto Fiergs do Futuro, que guiou nossas ações com foco em gestão integrada, resultados e valorização do interior gaúcho. Importante destacar que esses resultados foram alcançados com praticamente a mesma receita e uma significativa redução de despesas. Fizemos muito mais com menos”, afirmou Bier. Como exemplo do investimento na indústria, ele ressaltou o aumento do número de contratações de fornecedores do estado para o Sistema Fiergs – 88% dos valores contratados foram de empresas gaúchas – e investimentos em unidades de Sesi-RS e Senai-RS. “Essas entregas são fruto de um modelo pioneiro de gestão que implantamos em 2025. Um modelo integrado, ágil e focado em resultados, organizado em 10 regiões geográficas”, disse.

O ano de 2025 foi de escuta e iniciativas importantes, vimos que a força da indústria gaúcha está na sua diversidade e capilaridade” – Cláudio Bier, presidente do Sistema Fiergs.

EDUCAÇÃO

Na área da educação, a Fiergs atendeu 90 mil alunos, um aumento de 15% em relação a 2024. O desempenho é atribuído à metodologia própria do Sistema Fiergs, voltada a formar jovens protagonistas para o futuro do trabalho e da indústria, o que resultou em evasão zero em 2025 nas escolas Sesi de Ensino Médio. No total, Sesi, Senai e IEL registraram 190 mil matrículas.

Outras entregas na área incluíram:

  • Complexo educacional em Bento Gonçalves
  • Contraturno tecnológico em Panambi
  • Novas unidades do Senai em Ibirubá, Venâncio Aires e Cachoeira do Sul
  • Future, maior evento de educação do Sistema Fiergs, que reuniu mais de 22 mil estudantes no início de outubro

SAÚDE

Na saúde, cerca de 350 mil trabalhadores da indústria foram atendidos. “Unificamos Sesi, Senai e IEL sob uma única direção. Foi essa estrutura que permitiu agir com velocidade e precisão”, destacou Bier.

ROTA FIERGS

O ano também foi marcado pelo Rota Fiergs, iniciativa de interiorização da entidade. Os encontros realizados nas 10 regiões do estado resultaram em 52 demandas prioritárias voltadas à educação, tecnologia, infraestrutura e atração de investimentos. A necessidade de qualificação e retenção de trabalhadores especializados impulsionou programas como Indústria do Amanhã, Plataforma Oi, Seja Pro+, Soldado Cidadão, Indústria Acolhedora e Carretas do Saber.

ATUAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA

No cenário econômico e político, a Fiergs propugnou pela redução das tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros e pela construção de fundos constitucionais de desenvolvimento para Sul e Sudeste. Também promoveu debates sobre temas da atualidade no evento INDX e participou ativamente da COP 30, evento destinado à discussão sobre o clima realizado no Pará, em novembro, destacando projetos de sustentabilidade e segurança energética.

EXPECTATIVAS PARA 2026

Foram anunciados R$ 419 milhões em investimentos até 2027 em unidades do Sesi e do Senai no estado. Estão previstas a inauguração de duas novas escolas de Ensino Médio, em Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul, além da ampliação da unidade do Senai em Horizontina, em 2026. O Rota Fiergs terá continuidade com novas entregas e a identificação de outras demandas regionais. Em ano de eleição geral, a Fiergs vai apresentar uma agenda propositiva aos candidatos, garantindo que o desenvolvimento industrial esteja no centro do debate. “É nossa forma de fortalecer a democracia e cobrar atitudes e ação dos governantes”, concluiu Bier.

ALTA DE 1,6% NO PIB GAÚCHO
EM 2025 E DE 2,9% EM 2026

O Rio Grande do Sul deve encerrar o ano com crescimento de 1,6% no Produto Interno Bruto (PIB), resultado que fica abaixo da projeção para o Brasil, de alta de 2,1%. Esse dado ocorre em meio ao ambiente conturbado nas relações internacionais, marcado pelas taxações dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros – que afetam especialmente os gaúchos –, da dificuldade da indústria de ganhar tração e da retração de 4,7% no PIB da agropecuária, fortemente impactada pela estiagem. A perspectiva da Unidade de Estudos Econômicos é de crescimento de 2% para o PIB industrial em 2025.

Na indústria, a perda de dinamismo foi maio no segundo trimestre de 2025. Após sinais de reação no fim de 2024, a atividade enfraqueceu pressionada pelos juros elevados, incertezas fiscais, gargalos logísticos remanescentes das enchentes, problemas sanitários e pelos efeitos das tarifas norte-americanas. Entre agosto e novembro, as exportações industriais gaúchas para os EUA recuaram, resultando em perda de US$ 252 milhões diante do mesmo período de 2024. Mantidas as condições atuais, a projetação é que a Indústria de Transformação gaúcha exporte cerca de US$ 1,1 bilhão aos americanos em 2026, frente aos cerca de US$ 2 bilhões em um cenário sem tarifas, perda estimada de US$ 900 milhões.

Para 2026, a Fiergs prevê uma retomada mais robusta da economia estadual, com avanço estimado de 2,9% no Produto Interno Bruto, superior à expectativa de 1,9% para o Brasil. O desempenho deverá ser impulsionado principalmente pela agropecuária, que pode registrar forte recuperação e crescer 17,6%. A indústria, por sua vez, deve apresentar expansão modesta, da ordem de 0,8%. O setor de serviços também tende a acompanhar o movimento de crescimento, embora em magnitude menor (1,7%) que a agropecuária.

As expectativas para o próximo ano são de uma boa safra. O Rio Grande do Sul deve crescer mais do que o Brasil, impulsionado pelo agronegócio. Já a indústria deve apresentar crescimento menor devido aos juros elevados e às tarifas americanas, que nos impactam significativamente” – Giovani Baggio, economista-chefe da UEE.

CENÁRIO INTERNACIONAL

  • A economia global deve encerrar o ano com expansão de 3,2%, seguida por uma projeção de 3,1% para 2026. Os Estados Unidos devem crescer 2% em 2025 e 2,1% no ano seguinte.

“O cenário internacional ganhou uma importância enorme nas análises de economistas e empresas, neste ano. Vivemos um contexto de forte tensão, marcado por guerras e conflitos no Oriente Médio. Por outro lado, também surgem oportunidades para o próximo ano, como o acordo Mercosul–União Europeia, a abertura de novos mercados na Ásia e a possível estabilização da economia na Argentina. Além disso, contamos com um agronegócio robusto, impulsionado por uma boa safra no Brasil”, ponderou o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul.

  • Confira a íntegra do relatório da Fiergs clicando neste link.
Economista-chefe da Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs, Giovani Baggio
A diretora-executiva e de Relações Institucionais, Ana Paula Werlang, e a diretora-geral do Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, Susana Kakuta, também participaram da coletiva ao lado de Bier (C) e Giovani Baggio