O desafio da alimentação saudável
O imediatismo leva muitas pessoas a encararem dietas radicais e remédios para emagrecer. Porém, esse hábito pode comprometer a saúde

O imediatismo leva muitas pessoas a encararem dietas radicais e remédios para emagrecer. Porém, esse hábito pode comprometer a saúde e acarretar no temido efeito sanfona – quando a pessoa recupera boa parte – ou até mais – do peso perdido. A justificativa é que, além de retornar aos antigos hábitos logo que se percebe uma mudança na balança, a perda nem sempre é de gordura: Dietas radicais, com restrição deliberada de determinados alimentos e uso de remédios para emagrecer podem levar a perda de alguns quilos nas primeiras semanas, mas isso são significa que a pessoa esteja ganhando saúde – parte desse emagrecimento vem da perda de líquidos e massa magra. Além disso a pessoa pode estar abrindo mão de nutrientes essenciais e colocando a saúde em risco. A reeducação alimentar é o caminho mais seguro para o emagrecimento gradual, seguro e permanente. – explica a nutricionista Marcela Herculani.
O grande perigo das dietas adotadas por conta própria vem escolha errada dos alimentos: a adoção de produtos light pode levar as pessoas ao ledo engano de que estão se alimentando corretamente. O consumo excessivo de alimentos industrializados, carregados de conservantes, sódio e corantes é uma armadilha para a saúde. E essas características também se aplicam à produtos vendidos como fit. O desinteresse pelo valor nutricional dos alimentos também favorece essa cultura: a maioria das pessoas em dieta preocupa-se mais com o número total de calorias, ignorando valores nutricionais importantes como a quantidade de proteínas, fibras e outras vitaminas essenciais para a alimentação.
O que temos é a oferta de alimentos zero calorias e zero nutrientes, ou pior: poucas calorias e muitos conservantes e realçadores de sabor – substâncias extremamente prejudiciais à saúde. A popularização de iogurtes e sucos de fruta classificados como light também têm levado pessoas à ingerirem uma quantidade enorme de açúcares ou adoçantes sem se darem conta. No geral, o fenômeno têm afetado a população mais pobre justamente porque os alimentos industrializados são mais baratos, carregados de gorduras e outros elementos que os deixam mais apetitosos – porém com baixíssimo valor nutricional. O grande problema é que a tal junk food é relativamente mais barata e prática do que uma alimentação saudável.
Porém, é preciso mudar estes hábitos não somente pela necessidade de emagrecer, mas também pelo impacto que essa alimentação terá sobre a saúde à longo prazo. Comer corretamente é o primeiro passo para mudar uma série de fatores ligados ao bem estar e qualidade de vida.
Encarando
as mudanças
Muitos só fazem mudanças na alimentação após descobrirem doenças relacionadas, porém a prevenção ainda é a melhor solução. Alguns pequenos hábitos podem ajudar na perda e manutenção de peso, além de facilitarem a ingestão de nutrientes essenciais, de acordo com a nutricionista Marcela Herculani essas medidas podem facilitar a reeducação alimentar:
• Prefira sempre alimentos naturais;
• Pesquise frutas, verduras e legumes da época: devido à grande oferta desses alimentos são mais baratos e frescos;
• Quando fizer refeições fora de casa, opte por buffets que ofereçam saladas e grelhados, porém tome cuidado ao temperá-los;
• Troque o refrigerante por bebidas mais saudáveis como água de coco e sucos naturais;
• Comer de 3 horas é essencial para manter o metabolismo acelerado e evitar comer em excesso na refeição seguinte, portanto faça pequenos lanches entre as refeições, como frutas in natura ou secas;
• Crianças que recusam determinados alimentos ou tem falta de apetite podem precisar de suplementos nutricionais para complementar o aporte de nutrientes;
• Inclua fibras no seu cardápio: esse nutriente facilita a digestão e aumenta a sensação de saciedade;
• Não corte alimentos deliberadamente: todos os alimentos naturais oferecem algum tipo de nutriente importante, o que pode prejudica seu valor nutricional é a quantidade e/ou o modo de preparo: prefira assados, evite frituras.
• Procure manter uma refeição equilibrada, com porções adequadas de cereais, hortaliças, leites e derivados, carne, açúcares e carboidratos.
• Ler a tabela nutricional dos alimentos levando em consideração todos os nutrientes, não apenas a quantidade total de calorias.
• Pratique alguma atividade física;
• Consulte um profissional nutricionista/endocrinologista para encontrar a dieta ideal para seu perfil.
