A exuberância de Isabel Settin

Ela chama atenção por onde passa. Parece que foi assim a vida inteira. A farroupilhense enfrentou altos e baixos sempre

Ela chama atenção por onde passa. Parece que foi assim a vida inteira. A farroupilhense
enfrentou altos e baixos sempre sorrindo e tratando as pessoas por mano e mana

| Claudia Iembo
| Especial

        Não há como não notar alguém como Isabel Settin. Elegante, no salto alto, com cabelos loiros platinados e compridos, que contrastam com o tom da pele bastante bronzeada. Preza uma boa maquiagem e largos sorrisos também. O que talvez nem todos saibam é que esta farroupilhense de 57 anos é dona de uma história de vida que poderia render um roteiro de filme!
        Voltemos à infância. Alguns hábitos que Isabel ainda mantém nasceram naquela fase. Eu tinha vitiligo e graças ao pai, fiz um tratamento que vinha do Canadá e com o qual eu precisava tomar muito sol. Por isso sempre fui bem bronzeada. Aos 17 anos me curei da doença, mas mantive a mania de tomar sol, conta.
        A cor da pele complementa o visual ousado, que às vezes ganha tons de rosa e azul nas madeixas. Fazem parte da carreira de cabeleireira que ela escolheu depois experimentar outros rumos, que a levaram ao Paraná e à Argentina. Rumos provenientes de dois casamentos realizados.
      Meus pais sempre foram rígidos, nunca pude sair à noite com as amigas, então, acredito que me casei, pela primeira vez, para fugir disso. Depois de alguns anos, fugi do casamento, diz, rindo da situação.

        Argentina
        Rir dos próprios infortúnios é uma virtude que ela parece ter adquirido. Foi tudo escola, mana! Aos 42 anos voltei para Farroupilha com uma mão na frente e outra atrás. Não saia de casa, tinha vergonha. Aí meu irmão Juliano abriu uma confecção e eu fui trabalhar para ele. Comecei a refazer a vida até que conheci outra pessoa, que me levou para a Argentina. Abrimos uma importadora no Brasil e trabalhávamos com azeitonas, azeite de oliva e vinho, recorda-se.
       Nos oito anos que passou fora do Brasil, Isabel conta que conheceu paisagens incríveis por causa da atividade que tinha ao lado do parceiro. Era uma vida de cinema: morava em Santa Fé, ia para o Chile conhecer as cantinas e fazer negócios. Mas aí a mãe adoeceu e eu voltei. Ficava um pouco no Brasil e um pouco na Argentina até que o relacionamento acabou. Perdi meu chão porque foi totalmente inesperado. Tomei outra rasteira, resume.
       Isabel não faz questão de mencionar os nomes dos homens que fizeram parte de sua história porque diz que simplesmente deletou o passado. Grande amor mesmo, ela afirma que só teve um, mas com este a vida não lhe deu oportunidade de conviver.
       A moça, filha da dona Thereza, costureira, e do seu João, veterinário, que na adolescência ganhava concursos de beleza e praticava esporte como salto em altura, cresceu e ganhou experiências com as escolhas que fez pelo caminho.

       Política
       O Glacir me procurou para entrar no Partido Verde. Estudei muito para entender muitas coisas. Nas eleições 2011 acabei saindo como vice-prefeita e conheci a cidade inteira. Foi uma experiência fantástica, uma faculdade de vida!, explica.
       Do PV para o PMDB. Mudei porque posso ajudar mais pessoas. No PMDB tem gente que já deveria ter saído, mas também tem gente que ainda pode fazer muito. O partido precisa se renovar e acredito que com o Pasqual como candidato a prefeito, a briga vai ser boa, diz.
       De tudo o que aprendeu com o mergulho na política, conclui que não se podem fazer promessas, nem mesmo em época de campanha. Um político não pode prometer nada a ninguém, ele tem é que fazer o possível, sem promessas. Adianta prometer e não cumprir?, questiona.
       As aptidões políticas de Isabel parecem estar à espera do desenrolar dos acontecimentos deste ano. De qualquer forma, ela encontrou um meio de expressar a felicidade que sente por contribuir com as pessoas. Por enquanto, segue deixando as clientes mais bonitas com o visual.
     Não tenho medo de nada. Continuo cuidando da mãe, do meu sobrinho Eduardo, que é a razão da minha vida e continuo esperando um novo amor, finaliza com uma sonora gargalhada.