Adroir da Silva, a melhor foto é dele

Claudia Iembo
Especial

Se um tivesse ficado com o pé no chão, acredito que a foto não teria o mesmo impacto. Eu estava no momento certo, com o equipamento certo e tive sorte. A frase é de Adroir da Silva, ganhador do primeiro lugar na categoria fotografia no concurso ICOM (Instituto de Cooperação e Desenvolvimento de Mídia Comunitária) de Jornalismo.
O fotógrafo e repórter levou ao topo o nome do jornal O Farroupilha com a foto da apresentação do CTG Ronda Charrua, no último Feggart – Festival Gaúcho Gastronômico de Arte e Tradição. A obra-prima foi capa da edição do dia 31 de julho.

Ok, sorte sim, mas o olhar por trás da câmera sabia o que queria e já estava com toda a parte técnica preparada. A ideia, segundo conta o fotógrafo, era pegar o encantamento da personagem Bibiana a um certo capitão Rodrigo. Pegou mais que isso, como mostra o resultado.

Eu já tinha visto a apresentação do Ronda Charrua, então eu tinha em mente o que procurava. Fiquei os três dias do Festival sentado em frente aos jurados, assistindo e trabalhando, comenta.

Trabalhou tão certinho que recebeu o reconhecimento em Torres, em 28 de novembro, quando aconteceu a noite de premiação para os oito jornais do interior do estado que concorreram com seus trabalhos. Para Adroir foi a primeira vez que participou de um concurso. Estreia bem-sucedida.

Família

Natural de Alpestre, Adroir veio ainda bebê para Farroupilha. Os pais e seus filhos buscavam trabalho. O menino cresceu no município, tornou-se técnico de Informática, trabalhou em escolas e por 10 anos no Univias, cuidando da manutenção do sistema e também em Comunicação, até que encontrou sua verdadeira vocação.

Hoje, sente-se realizado enxergando o mundo como jornalista e fotógrafo. Aprimora-se muito tendo como modelo a filha Luiza, de dois anos e meio, Aliás, a foto de nascimento dela é a preferida de Adroir. A médica levantou a Luiza e eu, apesar de sentir a ansiedade e a angustia do momento, participando da cesárea de minha mulher Sorandra, dominei a situação, analisei a luz e utilizei técnicas para que aparecesse só o que eu queria na foto. Quando a vejo, lembro-me de tudo o que eu senti naquele momento, entrega.

A família estava ao lado dele quando foi divulgado o resultado do concurso do ICOM. Comemoraram. Eles e nós da equipe, que também estávamos presentes. É preciso acreditar no seu trabalho e construir um caminho aos poucos. Ganhei o prêmio por causa do jornal, com o qual tenho um histórico. Este é um reconhecimento pelo meu estudo e pelo interesse por aquilo que faço, conclui.

O trabalho de Adroir pode ser conferido todas as semanas no jornal O Farroupilha, afinal não é só ele que tem uma história com este veículo, não é mesmo?

O começo de tudo

A fotografia aconteceu na vida do profissional por causa do seu gosto pelo Jornalismo. Foi na faculdade, que ainda cursa, que aprendeu a gostar de foto. Naquela época a fotografia digital estava começando e eu administrava o site de uma escola. Fiz a proposta para a diretora de comprar uma máquina profissional e fazer a formatura da instituição. Ela aceitou e foi assim que comecei a fotografar: para pagar o equipamento que eu havia comprado, uma Canon Rebel XT, recorda Adroir.

Com o equipamento ideal, entrou para as igrejas e em uma delas esta até hoje, depois de 10 anos. Todo terceiro final de semana do mês, lá vai Adroir fotografar os batizados que acontecem no Nova Vicenza. 

Jornal O Farroupilha

A trajetória de Adroir com o veículo não se resume neste pouco mais de um ano em que trabalha como repórter. Aos 12 anos, hoje ele está com 35, entregava o jornal nos bairros Primeiro de Maio e Santo Antônio. Aos 16 anos trabalhou encartando o mesmo O Farroupilha e aos 18 foi vendedor de assinaturas!

Será que aquele menino que entregava jornal, a pé, pelos bairros, poderia imaginar que anos mais tarde seu trabalho estaria na capa do mesmo jornal e que seria premiado por ele? Escolhas que traçam o destino.