Quinzano – Uma pérola ao norte de Verona

As colinas de Verona que precedem Valpolicella escondem dois belos vales profundos ocupados por belas aldeias: Avesa e Quinzano. Quinzano

As colinas de Verona que precedem Valpolicella escondem dois belos vales profundos ocupados por belas aldeias: Avesa e Quinzano. Quinzano fica a três quilômetros de Verona, mas a atmosfera pitoresca do local faz com que se pareçam trinta. O ar fresco e as paisagem oferecem passeios maravilhosos. Quinzano tem uma parte antiga com duas ou três casas senhoriais e um pequeno, mas belo castelo histórico, o local é pouco tocado pela urbanização moderna. Subindo as encostas das colinas há vistas deslumbrantes da cidade e dos arredores de Verona.

Incorporado no Reino da Itália com todo o Veneto em 1866, Quinzano formou um município independente até 1927, ano em que se tornou parte do município de Verona. Atualmente tornou-se um bairro habitado por 3.361 pessoas. A pequena localidade tem uma grande importância como centro pré-histórico: uma das principais descobertas mundiais da paleontologia refere-se à descoberta, na localidade de Villa di Quinzano, de um osso occipital humano que remonta ao Paleolítico, de esqueletos neolíticos e outros vestígios que atestam a presença humana em Quinzano em todos os períodos, desde o início do Paleolítico até a era romana.

Na Piazza de Quinzano, na fachada da antiga prefeitura, encontra-se uma lápide que documenta que ali viveu o cientista e inventor Enrico Bernardi, um dos arquitetos do moderno motor endotérmico. Seu protótipo de carro, que alguns acreditam ser o primeiro veículo movido a gasolina construído no mundo, circulou pela primeira vez nas ruas de Quinzano no verão de 1885.

A torre sineira da igreja paroquial e a de San Rocco abrigam dois complexos de 6 sinos nos quais os concertos dos Sinos de Verona ainda são realizados hoje. Estar nessa localidade é um verdadeiro deleite, as casas ficam com as portas abertas, bem como os veículos, as pessoas são muito simpáticas, não é difícil fazer amizade e iniciar uma boa conversa. As campanadas melódicas dos sinos orientam as horas, pelas manhãs os galos competem com os sinos o anúncio do amanhecer. Por aqui é bem comum ouvir o dialeto vêneto sendo falado pelos mais antigos.

Os italianos são muito orgulhosos dos seus feitos e das contribuições que tiveram para a humanidade, optam pelo belo, mas também têm consciência dos erros cometidos. Em meio a este cenário idílico, dois fatos chamaram a minha atenção: a manifestação de um grande grupo de italianos que se diziam estarrecidos e envergonhados pelo fato do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ser de origem italiano e veneto; e o outro, foi ter visto vários cartazes, no caminho de Quinzano à universidade, com a seguinte manchete: L’Amazzonia Bruccia – A Amazônia Queima. Alertando a população da tragédia que está acontecendo no Brasil e estimulando a conscientização para a preservação do meio ambiente por aqui.

Matteo Salvini com seu discurso de ódio, fomento à segregação social e seus devaneios de onipotência, parecidos, mas bem inferiores, ao do Jair Bolsonaro, caiu do poder. Os políticos italianos, estavam muito preocupados com o que poderia acontecer com a Itália se Salvini continuasse governando o país. A repercussão da postura imatura e nada ética do presidente brasileiro está gerando uma grande comoção na Comunidade Europeia, fala-se em restrições às importações de produtos brasileiros, e questiona-se se ele faz bem para o Brasil e o mundo. Com certeza por aqui ele não é considerado um bom filho e esta longe de ser uma pérola de Verona.