A fotografia mudou a vida deles
Eles estrearam profissionalmente há dois anos. Cada um levado por um motivo à fotografia, mas ambos experimentam a realização pelo caminho escolhido.
Nós, do Jornal O Farroupilha, gostamos de homenagear as classes profissionais retratando histórias que as representem. No próximo dia oito de janeiro, os fotógrafos celebram a data e nós fomos conhecer dois nomes que apontam no cenário da fotografia do nosso município, contribuindo com uma lista bastante talentosa. Pessoas que emprestam seus olhares para perpetuarem momentos e sentimentos. Entre eles, Fernando Ariotti e Débora Malinverno.
Fernando
Aos 28 anos, o jovem administrador de banco de dados acabou descobrindo a aptidão para a fotografia dentro do movimento escoteiro, do qual faz parte há mais de duas décadas.
Chefe dos lobinhos – crianças de seis a 11 anos – do Grupo Escoteiro Rouxinol da Serra, Fernando começou a fotografar as atividades delas para mostrar aos pais. Foi quando literalmente aconteceu o clique. Percebi o valor das fotos em eternizar momentos e descobri que era possível fazer isso profissionalmente. Acabei unindo duas paixões: as crianças e a fotografia, conta o fotógrafo cujo foco são as famílias.
Segundo ele, para um bom resultado é preciso haver uma conexão com o que está sendo fotografado e como ele representa uma espécie de irmão mais velho para as crianças escoteiras do grupo ao qual pertence, isso é natural. Um olho na câmera e o resto é coração, define.
A empatia com as crianças é uma poderosa aliada da nova carreira que Fernando abraçou e para a qual recebe todo o apoio da família. Ele continua trabalhando com informática, mas a paixão que transforma sua vida mostra-se crescente a cada dia. A fotografia está me proporcionando criar laços com diversas famílias, o que me deixa muito feliz. Com ela é possível congelar o tempo, reviver emoções e eu quero fazer parte de momentos assim! É algo que não tem preço, diz, com brilho nos olhos.
Neste mês, de 16 a 20, um grande desafio será enfrentado quando Fernando irá coordenar uma equipe de 16 fotógrafos em um grande evento chamado Camporee Sul, que reunirá, em Soledade, 3500 representantes do movimento escoteiro de todo o estado. Estamos preparados para uma excelente cobertura fotográfica, antecipa o amável e apaixonado fotógrafo, pois como ele mesmo diz: se não tiver paixão, não tem fotografia.
Débora
Ela passou grande parte do tempo trabalhando com vendas, pela facilidade que tem em comunicar-se com as pessoas. Casada, tentou ser mãe e acabou mergulhando em uma depressão ao descobrir que não poderia realizar seu desejo. Foi quando tomou a decisão de mudar de vida: pediu as contas no trabalho que possuía e seguiu a dica de uma amiga em profissionalizar-se em fotografia, já que gostava tanto de bater fotos. Comprou uma máquina fotográfica e foi fazer cursos. O resultado do que aprendia, postava nas redes sociais. Não demorou muito e o convite para um ensaio apareceu. Fotos de gestante.
Pensei comigo: é isso o quero fazer, mostrar para o mundo com as minhas lentes o que é a felicidade de uma pessoa quando está esperando um filho! Naquela oportunidade entendi que eu não podia ser mãe, mas podia mostrar tal felicidade. Então me especializei em fotos de família e fotos de gestante, explica Débora.
Aos 39 anos, feliz por ter encontrado a realização profissional, Débora já foi chamada a outros estados para fotografar e em abril está com viagem marcada para o Caribe para fotografar um casamento ao ar livre. Meu estúdio é o mundo e eu vou fazendo amizades porque a fotografia me possibilita isso. Na verdade, a fotografia me salvou de uma depressão e mudou a minha vida, aprofunda.
Segundo ela, um bom fotógrafo precisa gostar de pessoas e olhá-las com os olhos da alma. Apertar um botão, qualquer pessoa aperta nesta era digital, de celulares potentes, mas apertá-lo com sentimento é diferente, prega.
Este sentimento levou Débora a ofertar no Hospital São Carlos, uma vez por mês, um ensaio de nascimento para as mães que não têm condições de pagar. É uma forma de retribuir tudo o que a fotografia me trouxe. Sou muito grata, afirma a profissional que chorou com a máquina em mãos quando fotografou um parto natural, no qual acompanhou a mãe por oito horas.
Para completar a felicidade de Débora, suas fotografias vão ganhar um motivo muito especial e aguardado há bastante tempo. Ela e o marido Dante estão no processo de adoção de uma criança.
Espalhar felicidade sempre dá retorno.