A retomada depois do acidente

O eletricista Rodrigo Piazentini Gonçalves recebeu uma descarga elétrica e caiu de uma altura de seis
metros na realização de um trabalho. Apesar das consequências, projeta esperança para 2025

Claudia Iembo
claudia@ofarroupilha.com.br

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O sorriso na foto ao lado da esposa Suelen e dos filhos Bernardo e Benício não mostra as dores que enfrenta o eletricista Rodrigo Piazentini Gonçalves, que no dia 21 de novembro sofreu um acidente sério de trabalho: recebeu uma descarga elétrica e caiu de uma altura de seis metros, fraturando bacia, coluna e cotovelo. Jovem e ativo, contribui para o processo de recuperação, mas vive desafios da data fatídica, como a perda permanente de 60% da movimentação do braço, o que compromete seu futuro. Ainda assim, 2025 traz a esperança de retomar a vida depois as lições aprendidas com o ano que terminou.

“Não há previsão para voltar ao trabalho por completo e a vida acredito que nunca mais será como antes, pois as sequelas das lesões no braço vão me impedir de fazer muita coisa. Sinto dores ao caminhar, mas espero retornar, o mais breve possível, tudo ao normal, ou pelo menos um novo normal” conta o moço.
Rodrigo é autônomo e o acidente comprometeu sua renda. No momento, ele está aguardando a perícia do INSS, agendada para o final de fevereiro e por isso divulga sua chave pix para receber auxílio para o enfrentamento do período difícil: CPF – 028.224.010-12. “Neste tempo de recuperação estarei muito por casa, acompanhando a rotina dos meus filhos e lidando com a dor de não conseguir pegá-los no colo direito”, diz, mencionando a dor que se soma às físicas.

O acidente

“Naquele dia 21, precisei colocar uma tomada para ligação de um relógio digital e não pude desligar a luz, pois o local estava em funcionamento. Para não ter que voltar depois ou outro dia, resolvi fazer a ligação com a luz ligada mesmo, coisa que já fiz centenas de vezes. Acabei recebendo uma descarga elétrica que me impulsionou para trás e não deu chance de me segurar em nada! Fui lançado em queda livre de uma altura aproximada de seis metros. No momento da queda a única coisa que consegui pensar e fazer foi me virar para cair de frente e ver onde estaria caindo, acabei caindo de pé. Enquanto estava no chão, sentia muita dor do quadril para baixo. Naquele momento só pensava nos meus filhos e por mais que estivesse todo quebrado, fiquei animado porque ainda estaria ali para vê-los crescer”, relata.

Rodrigo diz que hoje caminha com muitas dores por conta das lesões e ainda faz uso de medicações para suportá-las.
O final de 2024 trouxe a mudança na vida da família e também um importante aprendizado. “A maior lição de tudo isso é que o equipamento de proteção individual, o EPI, foi feito para ser usado! Apesar de ter todo o material, naquele momento eu não estava usando, pois a confiança de já ter feito o trabalho tantas vezes me fez achar que não precisava. Aprendi que tudo que for fazer precisa ter cautela e segurança, pois a vida é valiosa. Neste novo ano espero me recuperar o mais breve possível, me reorganizar com a vida e prosperar”, projeta o eletricista.