A união que viabiliza a esperança
Pessoas interessadas em manter o Hospital São Carlos de portas abertas uniram-se em prol da instituição.
Grupos como Voluntárias da Saúde, que está completando três anos, envolvem toda a sociedade e o resultado começa a apontar
Ele não fechou, como muitos pensavam que aconteceria. O Hospital Beneficente São Carlos continua sendo referência de saúde para Farroupilha e outros 12 municípios. Da ameaça real de fechamento, no final de 2016, para uma retomada de negociações das dívidas, fruto do trabalho de cidadãos decididos a manter a instituição de portas abertas.
Diretoria, associados, empresários, Voluntárias da Saúde e população estão unidos em benefício do único hospital da cidade. Tem dado certo. O hospital reduziu seu endividamento com algumas ações que foram tomadas. Diminuímos muitas despesas e otimizamos os recursos recebidos. Todas instituições hospitalares passam por dificuldades e doações são sempre bem-vindas. O São Carlos melhorou muito! Demos uma volta de 360 graus diante de como estávamos há algum tempo e isso é resultado do envolvimento de todos, de toda a sensibilidade da população, das ações das Voluntárias da Saúde e das parcerias que temos tido, analisa Janete Toigo, a superintendente do Hospital Beneficente São Carlos.
Trabalho em grupo tem sido a receita seguida para tirar o hospital da crise. Nosso partido, a nossa bandeira é o HBSC! Estamos focados em resultados e com as ações das Voluntárias da Saúde somadas às doações recebidas estamos dando fôlego à instituição. Nada se faz sozinho. É preciso o trabalho da diretoria, das voluntárias, dos empresários, da CICS e de todos para que a boa imagem do hospital e a credibilidade sejam resgatadas. Isso está acontecendo, afirma o presidente do Conselho de Administração do Hospital São Carlos, Clarimundo Grundmann.
Beth Laybauer, ex-integrante das Voluntárias da Saúde e hoje membro do Conselho de Administração, faz uma analogia para expressar a importância do trabalho das pessoas envolvidas. As Voluntárias da Saúde sabem e acreditam que estamos aqui dentro do hospital fazendo o melhor possível e elas transmitem isso à população. São a ponte entre a instituição e a sociedade. São uma ponta da estrela formada por várias outras pontas e por um centro, que é a administradora do hospital, a Janete Toigo, cujo papel é extremamente importante. Um administrador ruim no lugar dela e todo o trabalho feito não daria em nada, ressalta.
Segundo ela, profissionais foram trocados dentro do hospital para que os resultados pudessem aparecer. O advogado Nelso Molon representa, hoje, o jurídico da instituição. Vejo que acabamos formando um grupo de fé dentro do hospital e este trabalho unido ao das Voluntárias da Saúde e àquele dos que se associam para ver o hospital numa situação melhor vem possibilitando sua sustentabilidade, complementa Molon.
Atualmente, o hospital passa por Auditoria Externa, por uma Consultoria do Ministério da Saúde – através do Hospital Sírio Libanês – e por outra Consultoria para o desenvolvimento do seu planejamento estratégico.
Voluntárias da Saúde
Três anos se passaram desde que o grupo Voluntárias da Saúde se reuniu para ajudar o Hospital São Carlos.
Mulheres que, movidas pela preservação de seus próprios vínculos emocionais em relação à instituição, descobriram o poder de suas ações junto à sociedade.
São influenciadoras porque possuem credibilidade. Alcançam objetivos porque envolvem-se naquilo que acreditam. O resultado é que o hospital continua de portas abertas, superando dificuldades e atendendo a população. O esforço que o grupo faz com o seu trabalho representa muito para o hospital, que só consegue desenvolver suas atividades porque tem estas mulheres como aliadas, diz Janete, a superintendente do hospital.
Com doações, venda de rifas e a realização de bazares, almoços, brechós e pedágios o grupo reformou a lavanderia, a fachada, o telhado e os quartos do pronto atendimento do hospital, além da aquisição de uniformes, televisores, para-raio, equipamentos cirúrgicos, de cozinha e hotelaria para a instituição de saúde.
Os farroupilhenses entenderam a proposta das Voluntárias da Saúde e se uniram a elas, participando das ações apresentadas, que sempre alcançam o objetivo devido à força da influência dos contatos que o grupo realiza.
Em um encontro com a imprensa, na última terça-feira, 21 de agosto, na malharia Anselmi, onde o grupo normalmente se reúne, as Voluntárias da Saúde agradeceram o apoio que recebem de todos e aproveitaram para divulgar ainda mais a venda da rifa da casa pré-fabricada, construída na esplanada do Santuário de Caravaggio, doada pelo Grupo Feltrin.
Além da imprensa local, participaram do encontro Daniel Bampi, presidente da CICS, os empresários do Grupo Feltrin, Fabiano e Giancarlo Feltrin, Janete Toigo, Clarimundo Grundmann e os padres Gilnei Fronza, reitor do Santuário de Caravaggio, e Paulo Gasparetto, da paróquia Sagrado Coração de Jesus. Todos apoiadores do trabalho voluntário do grupo e bastante atuantes no objetivo de manter o hospital São Carlos aberto.
Daniel Bampi disse que o comprometimento das Voluntárias da Saúde motivou a participação dos empresários. Fomos no governo estadual, federal, montamos equipes de trabalho, chamamos consultoria e, amparados por uma força maior, estamos conseguindo. A comunidade toda está unida pelo hospital São Carlos.
Comunidade na qual a igreja representa papel fundamental. A casa, cujas rifas estão sendo vendidas em benefício do hospital, está lá em Caravaggio, lugar que atrai muita gente. Cuidar de um doente é uma obra de caridade e cuidar de um hospital, não é maior? Ganham todos em educar uma cidade com este espírito altruísta, com o viés cristão, porque a saída que temos será sempre comunitária, se não, não será saída, pontuou o padre Gilnei.
Padre Paulo também foi direto. O trabalho das Voluntárias da Saúde funciona porque é feito por mulheres e não há nada de política envolvida.
Por falar em política, Maria de Lourdes Anselmi destacou que o grupo não quer saber do passado, quando houve o envolvimento de partidos políticos no hospital. Não queremos saber disso, queremos resolver os problemas e sentimos firmeza nas pessoas que estão dentro do hospital, o que faz com que nós, voluntárias, tenhamos ainda mais vontade de ajudar, disse.
Vontade de ajudar que vai ao encontro das constantes necessidades da instituição, pois como afirmou Lourdes Refosco, a presidente da associação Voluntárias da Saúde, hospital é uma obra inacabável, frase reforçada pelo empresário Fabiano Feltrin, que ainda complementou: o trabalho das Voluntárias é imensurável e não vai acabar nunca, por isso convoquem seus filhos para continuarem.
A superintendente do hospital e o presidente do conselho de administração entregaram uma placa de homenagem às Voluntárias da Saúde em reconhecimento pelas ações realizadas ao longo destes três anos. Ela vai juntar-se ao troféu Lojista como destaque social que o grupo recebeu em 2017 e ao troféu Mulher Destaque da Câmara de Vereadores, em 2016.
As Voluntárias da Saúde são atuantes, movimentam a sociedade e representam um auxílio fundamental à instituição. A emoção continua sendo parte de um grande resultado alcançado por elas, que gostam de ressaltar que a solidariedade contagia. São a prova disso.
A echarpe rosa é uma das marcas do grupo, que emprega a visão feminina em benefício de uma nobre causa, a de promover o bem-estar das pessoas que cedo ou tarde precisarão do único hospital da cidade.
As Voluntárias da Saúde
Ani Korzenowski
Beatriz Regina Tartarotti Folle
Cleci Milan
Deise Chiele
Gissela Franke C. Berlaver
Idaliria Vitória Sinhor
Iria Neida Grisa
Irma C. Doncatto
Ivanete Maria de Bona Zini
Jovelina Tabeleão Lutz
Leani Felicetti
Lourdes Maria Refosco
Maria de Lourdes Bortolanza Anselmi
Nícia Mara Fagundes Kunzler
Sandra Cecconello Tonet
Silvia Teresinha Friebel
Silvia Terezinha Dal Monte Bortoncello
Vera Sebben