Escrever para esquecer
Eva Izaura Paese sempre gostou muito de ler. Mas depois que a vida lhe apresentou um triste episódio, ela começou a escrever poemas.
De lá para cá não parou mais de esbanjar seu talento, que há tanto tempo estava escondido

Tatiane De Bastiani
Costumam dizer que a pior dor para uma mãe é a perda de um filho. Eva Izaura Paese, 60 anos, já passou por isso. Seu filho Cléo faleceu quando tinha apenas 24 anos, em acidente de trabalho em uma olaria familiar. Desde então, Eva, muito religiosa pediu forças superiores para conseguir voltar a viver bem. Sem sono, as noites eram longas. Até ela encontrar um lápis e um pedaço de papel.
Depois que meu filho faleceu, perdi o sono e comecei a escrever. Foi assim que me conservei de pé, conta Eva que escreve há cerca de 16 anos. De família humilde, eles residem na Linha Paese, interior do município onde a escritora mora com seu marido Pedro, sua filha Fernanda, seu genro Nelson e seus netos Gustavo e Igor.
Eva comenta que desde pequena gostou muito de ler. Lia vários livros na escola, mas nunca tinha pensado em escrever. A perda de seu filho levou-a a encontrar na escrita, o refúgio de sua tristeza. Ela escreve sobre vários assuntos, mas o que mais gosta é de religião.
Com muitos cadernos de rascunhos, Eva passa a noite sentada na cozinha de sua casa, e quando está sozinha, escreve. Ao questioná-la de onde vem sua inspiração, ela diz que é graça do Espírito Santo. Um dos seus poemas virou canto da Igreja local. Seu irmão Dionédio, criou as cifras da poesia de Eva que é cantada pelos jovens catequizandos. Sua família tem muitos artistas, dois de seus irmãos cantam e tocam violão.
Em um encontro de família, Eva gravou uma fita caseira com cantos escritos por ela e compostos por seu falecido irmão, Antônio. Mas isso foi o máximo que já divulgou de seu talento. Está fita é a recordação que Eva tem do talento de seu irmão. Aqui no jornal, ela tem pela primeira vez, um de seus trabalhos publicados.
Humilde, Eva não gosta de aparecer. Mas seu talento pela poesia, não tem como esconder. Ela estudou só até a terceira série, mas indica que a leitura dá vida para as pessoas. Para ela, uma coisa levou a outra, o gosto da leitura pela prática da escrita. Como recomendação diz que devemos praticá-las, independente da idade.