Explosão destrói fachada de prédio e deixa moradora ferida gravemente
Incêndio consumiu apartamento no Centro de Farroupilha e destroços bloquearam ruas; edifício foi interditado
Uma explosão, seguida de um incêndio, deixou pelo menos uma pessoa ferida gravemente e cerca de 14 com ferimentos leves em um prédio na esquina das ruas Independência e Rui Barbosa, no Centro de Farroupilha, na manhã de quarta-feira, dia 26 de dezembro. A explosão lançou escombros pelas ruas do Centro nas quadras no entorno do prédio, um
dos pontos mais movimentados da cidade, e provocou a interdição do edifício e das duas vias durante a manhã.
A avaliação do Instituto-Geral de Perícias do Estado (IGP/RS) é de que um vazamento de gás causou a explosão, mas ainda não foi possível determinar se o vazamento ocorreu no sistema de gás do prédio ou no gás de cozinha do apartamento. Maria Ana Zanetti Mützemberg, de 68 anos, moradora do apartamento afetado, chegou a sair caminhando do prédio, mas sofreu queimaduras em 80% do corpo e foi atendida no Hospital Beneficente São Carlos imediatamente após a explosão, e em seguida encaminhada ao Hospital da Unimed, em Caxias do Sul, onde estava internada até o fechamento desta edição. A paciente sofreu queimaduras em mais de 80% da superfície corporal, a maioria de segundo grau. Apresenta também queimaduras de via aérea, por inalação de fumaça e ar quente. Já foi avaliada pela cirurgiã plástica, que determinou o grau de lesão e realizou os curativos iniciais. O quadro geral é muito grave, informa o boletim médico distribuído pela assessoria da Unimed Nordeste-RS na manhã de quinta-feira.
Além de Maria Ana Zanetti Mützemberg, cerca de 14 pessoas procuraram o Hospital Beneficente São Carlos, algumas com ferimentos leves provocados pelos escombros, outras por inalarem fumaça. Todas foram liberadas após atendimento.
Moradores relatam confusão e susto
A empresária Thamara Vedovelli, 28 anos, mora no apartamento imediatamente abaixo daquele onde ocorreu a explosão e conta que os moradores levaram alguns momentos para entenderem o que havia acontecido. A gente estava deitado, deu aquele estouro e caiu o forro de gesso do nosso apartamento sobre nós. A gente foi para a sacada, achando que tinha batido um caminhão no prédio, e os vizinhos do outro lado da rua começaram a gritar para descermos, porque havia um incêndio, conta Thamara. Só quando chegamos na rua vimos o que tinha acontecido.
O empresário Fabiano Ulian, 37 anos, estava saindo para trabalhar quando ocorreu a explosão. Foi assustador. Eu estava na garagem, saindo com o carro, mas minha mulher e meus filhos estavam dentro do prédio, conta Ulian. Primeiro achei que um caminhão havia batido no prédio. Ulian, então, voltou para o edifício e ajudou a retirar a esposa e os filhos gêmeos, de 6 anos de idade, além de outros moradores.
Vigilante ajudou a retirar pessoas
O vigilante Luis André de Schultz, 41 anos, estava na rua, próximo do local quando ocorreu a explosão. Quando vi, fiquei quase em estado de choque, conta. Schultz correu até o prédio e foi um dos primeiros a chegar para socorrer os moradores. Tirei seis pessoas lá de dentro, e logo os bombeiros chegaram.
Polícia Civil abriu inquérito para apurar causas da explosão
Ainda na manhã de quarta-feira, quando ocorreu a explosão, peritos do Instituto-Geral de Perícias do Estado (IGP/RS) estiveram no prédio avaliando a ocorrência. A informação inicial é de que a explosão teria sido causada por um vazamento de gás, mas os peritos ainda avaliam se o vazamento ocorreu no sistema de gás central do prédio ou no gás de cozinha do apartamento. O delegado Rodrigo Veiga Morale, titular da Delegacia de Polícia Civil de Farroupilha, também esteve no local na manhã de quarta-feira. Vai ser instaurado um inquérito para apurar as causas da explosão, até porque tem uma vítima com lesão (a moradora Maria Ana Zanetti Mützemberg, informou o delegado.
Casal caminhava debaixo de marquise e foi atingido
O casal de aposentados Arlindo Winter, 71 anos, e Noeli Winter, 63, caminhava pela Rua Indpendência em direção a uma clínica, onde Arlindo faria um exame de saúde, quando ocorreu a explosão. A gente estava passando debaixo da marquise (do prédio em que aconteceu a explosão). Levei o maior susto da minha vida, não sei como não morremos, conta Arlindo. Um aparelho de ar-condicionado caiu nos meus pés, relata Noeli. Com a queda de escombros, Arlindo teve ferimentos no rosto, queixo, tórax e pernas. Foi encaminhado para o Hospital São Carlos, onde recebeu atendimento e foi liberado horas depois.
Remoção de destroços e mudanças no trânsito
Ainda durante a quarta-feira, começou o trabalho de remoção dos escombros nas ruas Independência e Rui Barbosa e também dos destroços que permaneciam presos ao edifício e apresentavam risco de soltarem-se e desabarem. Um guindaste foi utilizado no trabalho e a Rua Independência permaneceu interditada entre as ruas Tiradentes e Rui Barbosa. De acordo com o coordenador geral da Defesa Civil de Farroupilha e secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Infraestrutura e Trânsito, Gilberto Amarante, as linhas de ônibus que utilizam a parada neste trecho da Rua Independência foram transferidas para a parada da Rua Tiradentes, próximo à prefeitura. A mudança seria mantida até a liberação da Rua Independência.
Local é um dos mais movimentados da cidade
O prédio onde ocorreu a explosão fica em um dos pontos mais movimentados do Centro de Farroupilha, na esquina das ruas Independência e Rui Barbosa. Naquele trecho da Rua Independência fica a maior parada de ônibus da cidade e o trânsito, tanto de coletivos quanto de carros de passeio e outros veículos, é intenso durante todo o dia. Além disso, o número de pedestres nas imediações do prédio também é sempre muito grande. Com a proximidade com o feriado de Natal, no entanto, o local estava bem menos movimentado que o normal. Na quarta-feira, a avaliação geral, tanto de autoridades quanto de testemunhas, era de que a explosão poderia ter ferido mais pessoas e causado mais estragos, caso tivesse acontecido em um dia comum, de mais trânsito de veículos e pedestres.
Comandante dos bombeiros confirma interdição
No final da manhã, o comandante do 5º Batalhão de Bombeiro Militar (5º BBM) de Caxias do Sul, tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiros, conversou com os moradores do prédio e afirmou que o edifício ficaria interditado, mas não deu prazo concreto para a liberação. Certamente vamos ter um período de isolamento do prédio para que se faça uma avaliação mais criteriosa, disse o comandante, aos moradores reunidos em frente ao edifício. Tão logo se tenha essa condição plena de que há segurança, se faz a liberação da edificação. Os moradores, no entanto, foram autorizados a entrar nos seus apartamentos para obter pertences pessoais de necessidade mais urgente e documentos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) do edifício tramitava na corporação em Farroupilha.