Hospital São Carlos resiste aos efeitos das chuvas em Farroupilha

Consultas chegaram a ser suspensas, de forma preventiva, para evitar a falta de insumos, situação que já está normalizada

Silvestre Santos
silvestre@ofarroupilha.com.br

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O Hospital Beneficente São Carlos, de Farroupilha, ainda não sente os efeitos da chuvarada que caiu sobre Farroupilha – e quase todo o Rio Grande do Sul – entre o final de abril e os primeiros dias de maio. Pelo menos no que diz respeito a um crescimento de demanda decorrente de doenças provocadas pelo contato das pessoas com águas contaminadas, de enchentes. É que além das inundações ocorridas na área urbana e no interior, muitas pessoas viajaram para outros municípios para atuarem como voluntários em salvamento e, mais recentemente, na limpeza de casas, comércios e ruas.

A ocupação dos leitos do São Carlos, de acordo com a superintendente-geral, Janete Toigo, são em maior número de doenças respiratórias que, nesta época do ano, frio e umidade típicos do inverno, têm uma elevação. “O hospital não teve, ainda, um aumento considerável do número de atendimentos por doenças graves após a enchente. No entanto, algumas doenças possuem um período de incubação mais longo, de até 30 dias. Estamos preparados para receber esses pacientes, para o aumento de casos de leptospirose, dengue, influenza e hepatite A, se houver”, disse a superintendente.

Outra situação que poderia agravar o quadro da prestação de serviços de saúde no hospital, a falta de insumos, foi administrada pelo São Carlos de forma que os atendimentos não foram prejudicados. De acordo com Janete, no ápice das chuvas, quedas de barreiras, pontes levadas pelas águas e estradas bloqueadas, as consultas e alguns procedimentos chegaram a ser suspensos. A preocupação era com a logística e a possibilidade de Farroupilha ficar isolada, sem que insumos pudessem chegar à casa de saúde.

A suspensão também se deu pelo fato de que pacientes de outras cidades (O Hospital São Carlos é referência para mais 34 municípios da Serra) não teriam como chegar a Farroupilha. “Na segunda semana de maio alguns procedimentos foram suspensos devido à dificuldade logística para reposição de insumos. No momento, a situação já está normalizada. A gestão do hospital agiu com antecipação para prevenir problemas, monitorando estoques e buscando alternativas de reposição”, afirma Janete.

Três perguntas para Janete Toigo

O Farroupilha – O HBSC trabalha com a perspectiva de agravamento de quadro (insumos/leitos) diante da situação enfrentada por vários hospitais gaúchos?
Janete Toigo – O hospital é referência em alta complexidade em traumato ortopedia para 34 municípios gaúchos. Atualmente, trabalha com planos de contingência, para otimizar medicamentos e insumos, principalmente oxigênio, devido às dificuldades de logísticas que persistem em todo o Estado.

O Farroupilha – Sobre a questão insumos e leitos, qual tipo de situação poderia se agravar e por quais razões?
Janete Toigo – É muito cedo para sabermos. Estamos enfrentando essas situações pela primeira vez. Está sendo mais complicado do que a pandemia (Covid-19), pois agora há o agravante da logística de entrega de insumos hospitalares. Muitos centros de distribuição ficam na Região Metropolitana de Porto Alegre, estão alagados, e as estradas comprometidas. De toda forma, atuamos com um grupo de trabalho que monitora a situação constantemente para buscar as melhores soluções para todos.

O Farroupilha – A direção do São Carlos entende que o governo, em suas três esfera, tem lidado bem com a questão da prestação de serviços na área de saúde diante do quadro enfrentado?
Janete Toigo – No que cabe ao Hospital São Carlos, agradecemos a todas as instâncias pelo apoio prestado, especialmente quanto ao repasse de recursos e verbas parlamentares. Precisamos continuamente desse apoio para que a instituição se mantenha economicamente viável, prestando o atendimento de excelência que entrega para todos os pacientes.