Jingles e paródias na cabeça

No meio da profusão de estilos, ritmos não saem da cabeça do eleitor

Em época de eleições, é comum a circulação de carros de som pela cidade. Além das informações dos candidatos, as músicas de campanha trazem consigo ritmos e letras que parecem não sair da cabeça.

O produtor musical e estudante de Publicidade e Propaganda, Fabrício Zanco, 34, explica que a maior exigência dos candidatos que procuram seu estúdio, é de usar letras diretas e melodia de fácil memorização. A escolha quase sempre é por músicas atuais ou bastante conhecidas, que sejam gravadas rapidamente pelas pessoas. Alguns, inclusive, optam por ter um jingle em diferentes versões (sertaneja e gaúcha, por exemplo), a fim de alcançar uma gama maior de eleitores, afirma Zanco.

O processo de criação do jingle ou paródia passa primeiramente pela etapa de análise geral do produto a ser elaborado. Nesse momento, produtores e cliente discutem aspectos necessários antes da produtora iniciar o processo. Depois, inicia-se a parte prática. Em alguns casos aprovamos a letra antes de qualquer coisa, em outros, enviamos uma versão demo (provisória) do jingle para aprovação juntamente com a harmonia/melodia, explica o produtor, em relação à forma de produção. Depois dessa etapa, são gravadas as linhas dos instrumentos principais, e os arranjos complementares, juntamente das vozes.

O produtor explica que aproximadamente 85% dos candidatos que procuram seu estúdio de áudio, optam pelas paródias ao invés dos jingles, que são as mensagens publicitárias musicadas, com um refrão simples e de curta duração. Segundo ele, esse tipo de canção garante o objetivo dos candidatos. A pessoa já conhece a música e aí fica muito mais fácil para cantarolar uma nova letra, finaliza.

O estudante explica que um bom jingle deve ter uma mensagem rápida e fácil, e que letra e som devem ser bem trabalhados, principalmente em função da quantidade de vezes que será executado. Não adianta ter uma letra bem construída se a parte melódica deixar a desejar. Os eleitores gostam daquilo que é bem feito, diz ele.