Mau tempo causa danos no interior de Farroupilha na véspera do Natal
A força do vento destelhou casas, danificou propriedades e arruinou produções de uva, uma das principais fontes de renda da região

Com informações da Rádio Miriam: https://miriamcaravaggio.com.br/
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Na véspera da chegada do Papai Noel um forte temporal atingiu o interior de Farroupilha, causando prejuízos significativos aos moradores da Linha Caravagetto. Famílias como os Moretti, Buratti e Correa, Rezzadori e Maggioni, foram diretamente impactadas. Saulo Correa, morador e produtor da localidade, comenta que estava com a família reunida para a ceia de Natal e foi surpreendido pelo fenômeno climático.
“Começou trovejando, como se fosse um temporal normal, mas acabou que, em pouco tempo, começou mais e mais. Começou a chover, e aí nos recolhemos dentro de casa, fechamos os pavilhões, e nisso veio pedra e vento. Não dá pra dizer que foi um temporal, dá para dizer que foi um tufão, porque, assim, o vento arrodeou e mexeu com tudo. Em questão de 10 ou 15 minutos terminou com tudo, parreiral e plantas em cima do pavilhão.”
A família de Décio Rezzadori, também morador e produtor da localidade, comentou que em seus 57 anos de vida nunca tinha visto algo assim. “Era pra ser uma chuva normal, começou a trovejar e formou uma nuvem grande e forte, e aí começou vento e chuva de pedra, coisa que em 57 anos eu nunca vi na vida.” O produtor relata que perdeu praticamente toda a sua produção: “O que eu tinha pra colher, perdi tudo. O caqui, o milho, a uva. A bergamota está fina e não sei se vai dar pra colher”, disse ele.
Para Jussemara Maggioni, que teve parte do telhado de sua casa arrancado pelo vento, a destruição poderia ter sido maior se o fenômeno tivesse durado mais tempo. “Pelo estrago deve ter sido um redemoinho, as plantas ficaram todas retorcidas, e o fato de ter levado os telhados… Levou até a chaminé embora, foi levando tudo que tinha pela frente. Parou porque foram poucos minutos. Senão, levava embora todo o telhado. Muita chuva, muita pedra” contou
Ela ainda comenta que a safra foi totalmente perdida. “Perda total, mas a gente está bem, está com vida e vamos lutar novamente.” Apesar disso, o sentimento foi de muito medo. “Eu só pensava que queria ficar viva. Tu vê tudo andando, as pessoas ao seu redor estão bem. A gente, que estava no porão, víamos que estávamos bem, que a estrutura da casa não iria cair. Mas e quem estava no galpão, quem estava fora? Começou a bater o medo, comecei a rezar e disse: ‘Senhor, salva nós e o resto a gente vê, lembrou Jussemara.
Para lembrar
- A produção agrícola, base da economia local, já havia sofrido grandes impactos nas enchentes de maio, quando a região enfrentou quedas de barreiras, deslizamentos e cheias no arroio que passa pela localidade.





