Mobilidade e mecanismos de gestão

Farroupilha nos últimos 30 anos foi um dos municípios de destacado desenvolvimento do Estado e que recebeu grande número de

Farroupilha nos últimos 30 anos foi um dos municípios de destacado desenvolvimento do Estado e que recebeu grande número de migrantes em relação a sua população nativa. No passado e ainda hoje, há vozes que chegam a defender a ideia de que a atração de mão-de-obra deveria ser barrada e o crescimento estancado. Muitos municípios até fazem isto, alguns veladamente a exemplo do que teria acontecido na região, onde uma Prefeitura embora governada por um partido da base aliada do governo federal, não se interessou em viabilizar projetos do Programa Minha Casa Minha Vida, por considerar que eles atrairiam para a cidade, cidadãos de uma classe econômica que não era interessante para a comunidade.

Esta expansão não é só uma realidade de Farroupilha, mas está presente em Bento Gonçalves, Caxias do Sul e outros municípios. Nos cerca de 70 mil habitantes de Farroupilha, há hoje cidadãos e cidadãs originários de quase todas as cidades do RS, embora haja concentrações da região do Alto Uruguai que vieram nos anos 80 e inicio dos anos 90 e agora mais recentemente um fluxo migratório de cidades da Fronteira do RS. Esta miscigenação já está evidente até mesmo ao observarmos os nomes e a naturalidade dos candidatos a vereador e prefeito. Entre os candidatos a vereador apresentados na página 07 da edição passada e desta, metade é natural de Farroupilha, a outra metade veio de outras regiões e foi acolhida pela cidade e passou a contribuir com seu crescimento. Dos três candidatos a prefeito, Ademir Baretta é farroupilhense nato, Claiton Gonçalves nasceu em Pelotas e Glacir Gomes em Porto Alegre.

Esta característica de receber cidadãos de várias regiões é que faz este jornal defender com veemência que os governos estaduais e federais devem ter mais eficiência ao alocarem seus recursos e investimentos. Com os modernos sistemas de informação e gerenciamento as informações são praticamente online. Assim, cidadãos vem para cá diariamente e imediatamente exigem e merecem atenção dos sistemas de saúde, educação e segurança, só para citar três das reivindicações básicas. A pressão atormenta os municípios e prefeituras, independente do partido que administre. Por outro lado, não se percebe eficiência e rapidez dos órgãos e instituições estaduais para avançar nas soluções dos municípios. O exemplo da demora da Corsan entre assinar um contrato e iniciar seus investimentos reais no município é um bom exemplo reproduzido em várias outras situações.

Muito mais do que buscar verbas aqui e ali para atender demandas especificas, já é hora de cobrar dos líderes e administradores do Estado e país que ajam com mais rapidez para enxergar para onde migraram problemas que agora exigem solução.