Muito além do carinho
Casa localizada no Horto Municipal que acolhe 79 cães da ONG dos peludos, carece de muitos reparos. Entidade reclama da falta de diálogo, apoio e cumprimento dos deveres por parte do poder público municipal

O clima frio e chuvoso dos últimos dias só piorou a situação dos 79 cães que hoje estão alocados em uma casa no Horto Municipal, espaço cedido pela prefeitura à ONG dos Peludos por três anos e meio. Cercada de barro, a casa onde ficam os animais os deixaram perdidos em meio à água da chuva do último final de semana, que descia o morro que há atrás da casa, enquanto as baias de madeira que estão no terreno da residência boiavam. Uma realidade difícil, que se alastra mesmo no clima seco, uma vez que nem o terreno nem a casa possuem condições mínimas de abrigá-los. Para dificultar, ainda há animais abrigados em hotéis para animais, em lares temporários e em outros terrenos. Ao todo, são quase 200 animais, entre cães e gatos, sob responsabilidade da ONG.
Fundada oficialmente em setembro do ano passado, a ONG dos Peludos, que conta hoje com cerca de 35 voluntários ativos, ganhou da atual gestão municipal a cessão do local. No entanto, a presidente da entidade, Arlene Schinesztki, explica que tem lutado para que o poder público municipal cumpra com os seus deveres. Segundo ela, de acordo com a lei de número 9605 de 1998, a responsabilidade por oferecer as condições mínimas para os animais abandonados é do poder público. Nesse sentido, ela conta que todas as demandas da entidade foram formalmente entregues ao Ministério Público (MP).
A gente não quer nada, só que a lei seja cumprida, porque assim poderíamos parar de fazer atendimentos e começarmos a fazer nosso voluntariado, pois daríamos mais atenção à educação, indo às escolas, continuaríamos com as feiras de adoção, faríamos acompanhamento das adoções, nos dedicaríamos mais aos casos de maus tratos. E, ao invés disso estamos fazendo atendimento social, resume. A gente gostaria de agir como uma entidade não governamental, mas estamos agindo como poder publico, abrigando, pagando todas as custas, e se responsabilizando, mas não é isso o correto. Vamos ver até onde o MP vai, pois já entregamos a demanda, afirma.
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