Setembro Amarelo: campanha aborda a prevenção ao suicídio
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados
O mês de setembro é marcado pelo Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio. E atualmente, a mobilização do tema se faz necessária devido ao aumento destes casos em todo o país. No Brasil, os números preocupam os médicos. Diariamente, pelo menos 30 casos são registrados por dia. O suicídio já é considerado a quarta maior causa de morte no país, superando às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas, o suicídio tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.
Com o objetivo de chamar a atenção sobre o assunto, a Secretaria de Saúde, juntamente com a Associação Farroupilhense Pró-Saúde, promove algumas atividades alusivas ao Setembro Amarelo e no dia 26 será realizada a distribuição de material informativo na Praça da Matriz. Além disso, a Secretaria de Turismo vai enfeitar a Praça da Emancipação, durante o mês, com bandeiras amarelas, para fazer alusão ao tema.
Taxa de suicídio é maior em idosos com mais de 70 anos
De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados em 2017, o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil alerta para a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens.
Com base nesses dados, a agenda estratégica visa atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020. Entre as ações, destacam-se a capacitação de profissionais, orientação para a população e jornalistas, a expansão da rede de assistência em saúde mental nas áreas de maior risco e o monitoramento anual dos casos no país e a criação de um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. Desde 2011, a notificação de tentativas e óbitos é obrigatória no país em até 24h.
O diagnóstico registrou entre 2011 e 2016, 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados, foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é maior entre os homens, cuja taxa é de 9 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice é quase quatro vezes menor (2,4 por 100 mil). Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos.
O documento apresenta ainda que, entre os anos de 2011 e 2016, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Ao contrário da mortalidade, foram as mulheres que atentaram mais contra própria vida, 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. Por raça/cor, a população branca (53,2%) registrou maior taxa. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.
Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.