Trazidas a Farroupilha pelo amor

Ah…o amor! Ele faz gente mudar de cidade, de estado, de país! Por causa dele
encontramos coragem para atitudes que jamais tomaríamos inspiradas por
outro sentimento. Farroupilha está repleta de pessoas de fora, atraídas por
diversos motivos. O amor é o nosso destaque para celebrarmos 12 de junho

| Claudia Iembo
| Especial
 
Do convencional ao inusitado. Da santoangelense que se casou aos 20 anos, tendo mantido o namoro por cartas, à paulista que trocou alianças aos 50, depois de conhecer o marido no Orkut. Ambas trazidas pelo coração, ambas felizes da vida com suas escolhas. Andréia Amaral e Raquel Gimenez Czarnobai, as protagonistas de histórias nascidas da ousadia de enfrentar o novo em nome do amor.
Andréia chegou a Farroupilha, aos 15 anos, por causa do trabalho do pai. Estudou Magistério e foi trabalhar em uma escola, onde conheceu João, na época contador da instituição. O namoro começou em 1995, quando ela estava com 18 anos. Naquele mesmo ano, meu pai saiu da empresa e tivemos que voltar a Santo Ângelo. Fui com a família e o João ficou, recorda-se.
O que seria motivo para o fim do namoro serviu de alimento. Correspondiam-se semanalmente por de cartas, que Andréia guarda até hoje. Naquele tempo não havia e-mails, telefone era caro, então nosso meio de comunicação eram as cartas e eu acredito que elas tenham colaborado para a valorização do romantismo que vivemos. Era bom demais esperar chegar, ficar pensando, querer estar junto! A distância não esfriou nosso amor, confessa a professora.
Um ano de correspondências coroado com o casamento realizado em 21 de dezembro de 1996, em Santo Ângelo. A mudança estava por acontecer porque viemos morar em Farroupilha e eu nunca mais vou esquecer o momento que subimos para o ônibus e eu vi minha família toda acenando com lágrimas nos olhos. Desabei. Deixei todo mundo lá e vim para uma vida nova: com casa para administrar e marido para cuidar. Sorte que tinha meu trabalho, diz a professora concursada.
Vinte anos se passaram e com eles muitas conquistas do casal. A maior delas tem cinco anos e nome: Miguel. O João é o amor da minha vida e eu faria tudo de novo! Hoje temos uma relação madura e só de nos olharmos, já sabemos o que o outro está pensando. Fazemos tudo juntos. Antes nós dois, agora, nós três. Este é o nosso diferencial: priorizamos a companhia um do outro, conta Andréia emocionada.
Como toda mulher casada, ela experimenta o sabor das discussões, das diferenças de opiniões e sintetiza tudo de forma muito clara. Os desentendimentos não abalam, só fortalecem porque aprendemos a ceder. Os casais de hoje desistem na primeira dificuldade que encontram, sem lembrarem que perfeição não existe, ensina, entregando o segredo de uma união como a dela.