Ao mestre, com carinho

Quantos professores estão registrados em minha memória! Um deles – uma – em especial, a de Português, chamada Dalila, influenciou

Quantos professores estão registrados em minha memória! Um deles – uma – em especial, a de Português, chamada Dalila, influenciou poderosamente minhas decisões profissionais pela semente que plantou quando eu estava no ensino fundamental.
É isso que os bons professores fazem: marcam a vida dos alunos. Para sempre. Por esta missão tão encantadora, homenageamos a todos os professores pelo dia 15 de outubro com as opiniões de profissionais que estão empregados na rede municipal, estadual e privada de ensino.
Esperamos que os bons sentimentos despertados por um professor voltem a predominar na sala de aula, resgatando, principalmente, todo o respeito que merece receber um profissional dedicado, que ama o que faz. 
Aos mestres, todo o nosso carinho e admiração.

 

Adriana Paula da Silva
Professora há 14 anos, trabalha na Escola Municipal Ilza Molina Martins, lecionando para alunos
de primeiro ano do ensino fundamental.

“Sou professora dos anos iniciais, amo o que eu faço e sempre sonhei, desde de criança, em ser uma professora. Para mim, realizar esse sonho foi incrível! Nossa profissão exige muito preparo, pesquisa, amor e muita dedicação. Ser professor é ser um poeta do amor, onde ao ensinar também apreendemos muito no cotidiano escolar. É ser um profissional polivalente e muitas vezes não somos valorizados como deveríamos, pois fazemos parte da única profissão que forma outras profissões.
Como professor contribui muito para educação no Brasil, é importante valorizar o plano de carreira, melhorar salários e possibilitar formação qualificada e continuada. Trabalhei com educação infantil, anos iniciais, anos finais e como professora de Artes foi um prazer realizar o trabalho no município de Farroupilha para alunos do primeiro ao sexto ano. São sempre muito gratificantes essas trocas de experiência!”.

 

Fernanda Maria Francischini Schmitz
Professora no curso de Direito da Universidade de Caxias do Sul, desde 1996, Campus Farroupilha atualmente. 

“Para mim, como professora universitária, acredito na docência como um espaço em que se cria vínculos, no desenvolvimento do trabalho em um ambiente positivo e criativo, onde as partes aprendem de forma mútua e constantemente. Num mundo cada vez mais complexo, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento pronto e passa a ser aquele que faz com que o aluno desenvolva o interesse na aprendizagem, estimulando a   reflexão e as suas potencialidades. Não se pode esquecer que na sociedade em que vivemos, assolado uma crise ética, o professor precisa ser o exemplo a ser seguido.
Atualmente atravessamos diversos dilemas, que vão do pedagógico ao econômico.  No que tange aos dilemas pedagógicos, enfrentamos um mundo em constante alteração, que nos conduz a uma necessidade de permanente adaptação para que consigamos motivar e envolver os alunos no processo de aprendizagem de forma criativa e estimulante. Na dimensão econômica, verificamos tanto a dificuldade dos professores em manter adequadamente a constante formação, que deve permear a atuação docente, como por vezes, convivemos com a frustração de excelentes alunos, que por motivos financeiros não conseguem concluir seus estudos ou, ainda, não acessam todos os meios para o desenvolvimento de suas capacidades.  Para mim, a satisfação profissional aparece no reconhecimento dos alunos, quando servimos de inspiração profissional para os acadêmicos, quando sentimos de alguma forma que fizemos diferença para eles.”

 

Mayára Fabro Pereira
Professora há 15 anos, trabalha no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, lecionando Língua Portuguesa para o sétimo ano,
terceiro ano e professora de currículo.

“Ser professor é doar o seu conhecimento, o seu tempo, um pouco de você em tudo o que faz e ensina. É ser um idealista de mudanças que se fazem por meio da educação.
As dores da profissão estão relacionadas aos objetivos não atingidos, visto que a profissão é baseada em planejamentos, mas nem sempre eles funcionam como gostaríamos. 
Enfrentamos dificuldades que exigem que permaneçamos em constante transformação e formação, para que busquemos adequar nossas aulas a essa juventude cheia de expectativas, tecnologia e imediatismos. É fundamental estarmos atentos e compreendermos o estudante que entra em nossas aulas, visto que a verdade e a realidade de cada um são diferentes. Mas é imensa a satisfação da aprendizagem efetiva dos alunos, da gratidão demonstrada pelo abraço e da certeza de estar fazendo a diferença de alguma maneira”.
 

 

Scheila Soares
Professora há 10 anos, trabalha na Escola Estadual de Ensino Médio São Pio X, lecionando Geografia, Sociologia e Filosofia para turmas do sexto ano ao segundo do ensino médio. Ela foi aluna nesta escola em que hoje leciona.

“Ser professor é compartilhar conhecimento, propagar informação, fazer o outro crescer, mostrar caminhos, dar as mãos e para isso tudo é necessário criar vínculos, se aproximar e compreender o outro, o que exige amor! É manter-se, apesar das dificuldades, apaixonado por sua profissão, pelo seu trabalho e orgulhoso de sua dedicação!
Hoje em dia o que mais me deixa preocupada é a desvalorização da profissão. Os governantes deveriam ouvir mais seus professores, pois são eles que lidam com a realidade do contexto que estão inseridos e são eles os agentes que formam a base de todos os profissionais desse país. Apesar disso, não existe outra profissão capaz de marcar tanto a vida das pessoas. Um professor pode ser lembrado por toda vida, na cabeça de milhares de pessoas. Por conhecimentos passados, por experiências vividas, pela capacidade de fazer diferença. É uma recompensa e tanto poder mudar o rumo da vida de alguém por meio da educação!”.