Dói nelas, dói em mim

A cada semana, diversos assuntos ou cenas ganham minha atenção pelo potencial que apresentam de render assunto nesta coluna. Mas

A cada semana, diversos assuntos ou cenas ganham minha atenção pelo potencial que apresentam de render assunto nesta coluna. Mas nada é mais forte do que as emoções experimentadas na pele. Em se tratando disso, a mãe ganha de todos os outros papéis que assumo na vida.

Vivi momentos tensos nos últimos dias. Minha filha mais velha, adolescente, passou por um procedimento de saúde, que até podia esperar, mas resolvemos cuidar do assunto agora. Se tem que fazer, que seja feito logo. Este é o lema que nos impulsiona. Ela tranquila, eu, em pânico – tentando não demonstrar para não contagiar.
Pensava em tudo: dor, cuidados pós-cirúrgicos, aflição. Pensava, penava: verbos que convivem numa relação simbiótica, em muitos casos. 

Toda a angústia que me visitou me fez lembrar de mães que conheço e que vivem na imprecisão por aquilo que enfrentam seus filhos. Eliane, Josi, Rosana e tantas Marias que existem pelo mundo. Como são admiráveis essas mulheres! Senti-me pequena diante das batalhas que vivenciam e entendi porque uma delas me disse, certa vez, que era especial por causa do filho forte – e não o contrário. 

O choro de quem a gente ama dilacera a alma porque não podemos trocar de lugar com ele. Só quem presencia a dor do filho é capaz de entender tal profundidade. As mães têm uma capacidade incrível de empatia! Por isso matérias que contam histórias desta natureza são as mais difíceis, e ao mesmo tempo as que mais fluem para mim.

Filhos. O amor que sentimos por eles tem poder sobre nós, nos molda e nos faz descobrir mais sobre nós mesmas, ainda que quando passe a tempestade venha a dor de cabeça, o cansaço, a sensação de ter passado por uma guerra.

Às pessoas que crescem nestes conflitos em nome deste amor, que tanto se assemelha ao amor de Deus por nós, minha solidariedade e minha total admiração. 

Tudo o que nos cerca precisa nos ajudar a dar os passos necessários para vencermos o que nos desafia. Só assim podemos combater o bom combate.