Você e a Bíblia – Capítulo 40: A última chance
Na abertura do evangelho bíblico de João, João 1:1-3, ele descreve Jesus: “No começo aquele que é a Palavra já
Na abertura do evangelho bíblico de João, João 1:1-3, ele descreve Jesus: “No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela.”. Em João 1:14, continua: “A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai.”.
Na entrevista de Witherington, descrita no livro “Em Defesa de Cristo”, ele disse: “Quando lemos o evangelho de João, temos à nossa frente a imagem de Jesus que é fruto de uma interpretação, mas creio também que se trata da conclusão lógica do que estava implícito no Jesus histórico. E eu acrescentaria: mesmo que eliminássemos o evangelho de João, ainda assim não ficaríamos com um Jesus destituído de seu caráter messiânico, porque esse tipo de material consta nos outros três evangelhos.”.
E continuou: “Por exemplo, em Mateus 16:15-17 tem-se: ‘E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? perguntou Jesus. Simão Pedro respondeu: O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo. Jesus afirmou: Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu.’”.
Lee perguntou ainda: “Existe algum indício de que Jesus tenha tido alguma crise de identidade?”. Witherington respondeu: “Uma crise de identidade não, embora eu acredite que ele tenha tido pontos de confirmação da sua identidade. No seu batismo, na tentação, na transfiguração, no jardim do Getsêmani, são todos momentos de crise em que Deus confirmou-lhe quem ele era e qual era sua missão. Por exemplo, não creio que tenha sido acidental o fato de que seu ministério só comece realmente depois do seu batismo, quando ouve uma voz que lhe diz: ‘Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria.’”.
Lee prosseguiu: “No entender de Jesus, qual seria a sua missão? Ele se via como o libertador do povo de Deus, portanto sua missão era dirigida a Israel?”. Witherington respondeu: “Correto. Como se vê, as promessas dos profetas eram para Israel, portanto era para Israel que ele tinha de vir. Jesus se julgava a pessoa divinamente escolhida para realizar o ato salvífico máximo de Deus na história humana. Ele acreditava ser o agente de Deus incumbido de executar tal plano; para isso fora autorizado por Deus, revestido de poder por ele, era seu porta-voz e era por ele dirigido na concretização dessa tarefa. Portanto, as palavras de Jesus são as mesmas palavras de Deus. O que Jesus fez foi obra de Deus.”.
E ainda: “Bem, Jesus acreditava ter uma missão divina, que era redimir o povo de Deus. A implicação disso é que o povo de Deus estava perdido e que Deus tinha de fazer alguma coisa, como sempre fez, para intervir e recolocá-lo nos trilhos certos. Desta vez, porém, havia uma diferença: seria a última vez; era a última chance.”.