Argentina
Estive na Argentina no fim de semana. Sempre é bom voltar para a Argentina. Morei, em 1982 e 1983, em
Estive na Argentina no fim de semana.
Sempre é bom voltar para a Argentina. Morei, em 1982 e 1983, em Reconquista, província de Santa Fé. Tempo de guerra das Malvinas. Toda guerra é triste.
A Argentina, no século passado, passou por seis golpes: 1930, 1943, 1955, 1962, 1966 e 1976. Triste!
Visitei a História e vi que Evita viveu até os 33 anos. Oriunda de uma família pobre, casou com Perón. Morreu vítima de câncer. Para ela nasceu o canto “Não chores por mim, Argentina!”
Uns disseram que a eleição será ganha por Macri. Outros juraram que Fernández e Cristina ganharão. Prefiro não opinar. Que vença aquele que a Argentina escolher! Que se respeitem e permitam as escolhas da maioria! Democracia nem sempre é tão fácil.
Um taxista resumiu que o Lula é um prisioneiro político. Prefiro não opinar. Outro falou favorável à Bolívia; tive vontade de percorrer os caminhos de La Paz. Paz é fundamental.
A Argentina remete à prata, ao Rio da Prata, ao brilho de um jardim repleto de papoulas. Remete a um ‘caminito’, sentinela das minhas promessas de amor, de encantamentos e cores. Caminhamos pela ‘bomboniera’ de boca e orelhas. Visitamos os moradores do cemitério da Ricoleta, vivos em suas esculturas e mortos para as banalidades. O destino reserva um lugar às sombras do tango, bons ares ao lado de um rio de prata.
Do River Plate (de novo a prata) ao Boca Juniors, do Flamengo ao Grêmio – quem irá à final de Libertadores? Prefiro não opinar.
O Puerto Madeiro mostrou sua mulher invisível. Uma casa rosada desnudou um oco por dentro das existências do barro e do sangue. Uma arquitetura rica espraiando a tarde de Buenos Aires.
Voltar ao passado é encurtar as distâncias, Carlito, Gustavo, Pez, Chocobar, Santiago, Hormiga, Pagura, Salta, Sergio, Miguel, Ivo, Martino e outros. A saudade encolheu os horizontes.
E retornar ao Brasil, ao abraço da Mariana (05), do Murilo (16), da Júlia (18) e de outros que ladrilham estes caminhos de mares e rios que me nominam: “Olhai meus olhos como choram de amor! Não chores por mim, Argentina! Minha alma está contigo …”