Meninos sem estádio
Mateus Gall,14 anos, caçula do casal de amigos cachoeirense Edimar Gall e Flávia Cantarelli, publicou nas redes sociais fotos na
Mateus Gall,14 anos, caçula do casal de amigos cachoeirense Edimar Gall e Flávia Cantarelli, publicou nas redes sociais fotos na Granja Comary, centro de treinamento da Seleção, em Teresópolis (RJ). O menino do Avaí se apresentou ao técnico Dudu Patetuci para o período de treinos com o escrete canarinho Sub-16. Eu fiquei sabendo da convocação através do grupo de WhatsApp dos ex-atletas do GE São José, clube que encerrei a carreira futebolística, em 1993. E me emocionei com o comentário: “O Edimar não para de chorar”.
Se você nasceu no século passado, certamente se lembrará do tempo em que os pais não queriam que seus filhos se tornassem jogadores de futebol. Roberto Firmino, atacante do Liverpool e da seleção brasileira, confessou em entrevista: “Quando eu era criança, meu pai e minha não queriam que eu jogasse futebol. Eles queriam que eu estudasse. Às vezes, eles até mesmo me trancavam em casa e eu tinha que pular o muro da parte de trás para jogar futebol!”.
Hoje, tudo mudou! Flávia, como toda mãe que não mede sacríficos para alimentar o sonho de seus filhos, postou em sua página no Facebook uma foto dela levando Mateus – com 8 anos de idade – ao CT do Internacional Morada dos Quero-queros, em Alvorada, acompanhada de uma frase de realização: “Essa foto representa muito pra mim, foi o primeiro dia que levei meu filho para treinar num time profissional”. A imagem da mãe e do filho – usando bermuda e chinelo e levando seu porta-chuteiras às costas e seu sonho mais louco no coração – de costas e de mãos dadas é de arrepiar. Porém, traz à tona a triste realidade: pais que precisam levar seus filhos para outras cidades para treinar. Sem estádio e equipes de base, muitas cidades têm desperdiçado seus jovens talentos. Sem falar que o futebol tira das ruas e afasta das drogas, além de promover uma melhor formação à gurizada.