O que você está mais precisando?

Antes do coronavírus, um jornal gaúcho perguntou em sua enquete on-line: “O que você está mais precisando?”. Entre os participantes,

Antes do coronavírus, um jornal gaúcho perguntou em sua enquete on-line: “O que você está mais precisando?”. Entre os participantes, 6,38% responderam “um amor”, 14,89% “saúde”, 34,04% “dinheiro”, 17,02% “felicidade” e 27,66% “estou muito bem”.

Nossas necessidades mudam ao longo do tempo, não é mesmo? Como escreveu Paulo Coelho: “Nossa vida é uma constante viagem, do nascimento à morte. A paisagem muda, as pessoas mudam, as necessidades se transformam, mas o trem segue adiante. A vida é o trem, não a estação”.

Alguém disse por aí: “Depois que o sexo ficou fácil de conseguir, o amor passou a ser difícil de encontrar”. E sob o mesmo teto e sem sair, a quarentena está sendo um teste para muitos relacionamentos, principalmente para os que não sentem mais atração pelo parceiro ou que estão juntos “só por causa das crianças”. É nessas horas que o casal deve reascender o sentimento e voltar a viver um grande amor. Como diz o poema de Juliana Sabbatini: “Quero viver um grande amor para levantar de manhã e ter um motivo de sair cantando e de achar que tudo é lindo”.

Não é necessário uma pandemia para mostrar que a falta de dinheiro faz mal à saúde. De acordo com levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), dois terços dos brasileiros com dívidas em atraso admitiram se sentir deprimidos, angustiados, inseguros, ansiosos, estressados e envergonhados perante a família.

O vírus nos mostrou que a saúde é o nosso bem mais precioso. Como se costuma dizer: “Ter dinheiro e não ter saúde não vale para nada”. Entretanto, quem não conhece alguém que perdeu a saúde tentando juntar dinheiro? Esse é um dos motivos pelos quais paredes de hospitais já ouviram orações mais honestas do que as de igrejas e já viram despedidas mais sinceras que as de aeroportos.

Ah, a felicidade! Drummond escreveu: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”. Shakespeare nos deu um puxão de orelha: “Sofremos muito com o pouco que nos falta e aproveitamos pouco o muito que temos”. Mas em tempos de coronavírus, são as palavras de São Paulo que nos fazem parar e refletir: “Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo”.