Chance de conseguir emprego no final do ano
As vagas de trabalho temporário, principalmente no comércio, além de incrementar a renda familiar podem se transformar em emprego efetivo

Com a proximidade do final do ano os segmentos, principalmente do comércio apresentam necessidades diferentes do que normalmente ocorre durante o ano. Neste período, é comum o aumento do quadro de colaboradores e, para atender a essa necessidade, o emprego temporário representa a solução encontrada pela maioria dos empregadores.
Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego, o trabalho temporário foi criado pela Lei nº 6.019/1974, e é prestado por pessoa física para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou acréscimo extraordinário de serviços. Os contratos temporários não são muito diferentes dos contratos efetivos. A jornada de trabalho é, em média, de oito horas por dia ou 44 horas semanais. O emprego temporário representa, para muitas pessoas, a oportunidade de incrementar a renda da família e ainda uma ponte para o emprego efetivo.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), no Brasil, a expectativa é que sejam geradas 147 mil vagas temporárias no Natal de 2011.
No mesmo período de 2010, esse número chegou a 140 mil. No Rio Grande do Sul a projeção é de 9.864 vagas e a maioria é voltada ao setor de vendas. Com relação à previsão de efetivação, na média, 29% dos empregados deverão ser efetivados no país, de acordo com a pesquisa realizada pela associação. Ainda conforme a Asserttem, o número previsto por setor aponta para efetivação em Shoppings de 35%, supermercados e afins 20%, lojas e departamentos 30% e varejo 30%.
Em Farroupilha, embora tradicionalmente a demanda por empregos temporários não seja tão quantitativa quanto demais centros, a estimativa é, no segmento do comércio um aumento em torno de 15% a 20%, na principal data comercial do ano, o Natal. Como a projeção nacional, muitas dessas vagas poderão ser efetivadas após o contrato temporário. Conforme dados do Sindicato dos Empregados do Comércio de Farroupilha, o município conta com atualmente com aproximadamente 2,5 mil empregados.
De acordo com André Bisol, proprietário das Lojas Hermelu, a prática de contratação de temporários nesta época do ano vem sendo utilizada pela empresa há algum tempo. O empresário ressalta que o processo de seleção de currículos inicia em setembro e a contratação se dá no mês de outubro. As contratações variam de duas a quatro dependendo da necessidade verificada. Dessa forma, o contratado vai ter tempo de assimilar o trabalho, a rotina da loja, se preparando para a época do pique que é dezembro. Nosso objetivo é o de sempre prestar um bom atendimento ao cliente, enfatiza Bisol.
Conforme André, essa é uma oportunidade que deve ser muito bem aproveitada, pois muitos dos contratados de forma temporária, dependendo de seu desempenho podem ser efetivados e fazer parte do quadro de colaboradores da empresas.
Para Eloi Paesi, da Pratika Fashion, a contratação neste período do ano já é tradição, pois a necessidade de atender a demanda, principalmente com a chegada do Natal é uma preocupação de todo o lojista. Queremos que nosso cliente seja bem atendido, encontre o que está procurando e, para isso precisamos dar total atenção a ele, salienta Paesi. Em geral contratamos em outubro ou novembro, para que a pessoa já se familiarize com os pro- cedimentos adotados pela loja e seu funcionamento. Em muitos casos a contratação temporária acaba sendo efetivada o que representa uma ótima oportunidade para que as pessoas se empenhem ao máximo quando chamadas para ocupar vagas temporárias, enfatiza o empresário.
Para os proprietários de estabelecimentos comerciais, o número total de vagas temporárias vai depender do movimento na loja, mas a grande maioria acaba optando pelas contratações neste período. Porém, segundo apontam os lojistas, mesmo com um grande número de currículos, uma das maiores dificuldades nesta época é encontrar mão de obra qualificada.
Na opinião de Mayquel Rohde e Micheli Pasquali, da Qualiffica Gestão de Pessoas e Consultoria, essa dificuldade se deve principalmente a falta de treinamento. Muitas pessoas acreditam que o setor de vendas junto ao comércio não necessita de treinamento algum, assim quando se candidatam a vaga acabam perdendo o lugar para pessoas mais preparadas, avaliam. Buscar treinamento em qualquer área hoje é prioridade, representa investimento pessoal, preparo para o mercado de trabalho, significa estar um passo à frente na hora de disputar uma vaga e, no comércio isso não difere, ter qualificação é essencial, ressaltam.
Conforme Mayquel Rodhe, a possibilidade de preencher uma vaga de emprego neste período pode representar a oportunidade de efetivação. Por isso a necessidade de preparação e treinamento. Se a pessoa se sobressair, mostrar dinamismo e preparo, atenção e vontade, com certeza será visto com outros olhos pelos empregadores que certamente apostarão nela para permanecer no quadro efetivo de colaboradores, enfatizam. Porém, é necessário comprometimento e preparação, enfatizam.
O emprego de final de ano pode, sim, virar definitivo.
Mas o que fazer para isto acontecer?
1. Aproveite o treinamento da empresa: esses cursos servem para que os temporários peguem logo o ritmo do trabalho e consigam ajudar ao máximo em pouco tempo. Preste atenção a todos os detalhes, se possível, anote-os! Você ficará tão preparado quanto os funcionários fixos;
2. Conheça os produtos: Se tiver dúvidas, pergunte ao chefe ou entre no site da empresa para pesquisar;
3. Foco nos lucros: Emprego temporário não são férias nem lugar para fazer amigos. Você está ali para trazer mais dinheiro à empresa. Evite perder tempo em conversas ou outras atividades;
4. Seja pontual! Cada minuto de trabalho é muito importante para o empregador que contrata temporários. Quem chega atrasado ou falta, raramente é efetivado, porque contraria um dos principais objetivos para o qual foi contratado;
5. Faça sem ser cobrado: Ou seja, sem esperar a orientação do seu chefe;
6. Evite falar mal de outros empregos: isso afasta você do empregador. Ele pode pensar que você vai falar mal daquele emprego caso seja contratada.
Fonte:
Associação Brasileira
das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário – Asserttem