Estação Férrea Nova Vicenza será transformada em espaço cultural

As obras foram oficialmente iniciadas na quarta-feira, 12 de fevereiro, e CDL prevê entrega em seis meses

Como contar a história de um lugar sem elementos que contribuam para isso? A valorização a tudo aquilo que cumpre este papel, como a Estação Férrea de Farroupilha, é um dos objetivos das obras de restauro, que foram oficialmente iniciadas na quarta-feira, 12/2.

O projeto, que começou em 2016 pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), chega à etapa de sair do papel com financiamento do governo do Estado do Rio Grande do Sul, com um investimento de R$ 885.390,81 do sistema Pró-Cultura RS. Empresas locais figuram como apoiadoras do projeto.

As obras na estação férrea vão transformar o lugar em um complexo cultural, com centro de atendimento ao turista, bistrô e memorial – que contará a história da estação – à disposição da população. A previsão de entrega é de seis meses.

“Farroupilha ganhará um novo espaço cultural ainda este ano, depois de passarmos por uma longa jornada de cinco anos, com o planejamento de todos os detalhes para que tudo acontecesse. Sabemos da importância deste local para a comunidade e para a evolução do nosso comércio, desde sua inauguração, em 1910, até o final de 1970, quando parou a circulação de trens em nossa cidade. Aqui começa uma história e aqui ela vai continuar. Aqui passado e futuro se unirão em um só caminho, o da prosperidade para a nossa Farroupilha”, disse o presidente da CDL, Juliano Tofolo.

Tofolo faz questão de ressaltar o trabalho dos ex-presidentes da entidade para a chegada desta etapa de execução das obras. Segundo ele, o sentimento é de “grande responsabilidade com a oportunidade de assumir a conclusão do que foi iniciado”.

“Este restauro é um resgate do nosso passado e a comunidade irá ganhar muito com isso. O espaço voltado à cultura no qual será transformada a estação férrea vai presentear os farroupilhenses com um sentimento de pertencimento”, acrescenta a vice-presidente da CDL, Maria Cleni Lopes Noll.  

A partir de agora, um grande projeto que vai enriquecer a cultura da cidade começa a ganhar forma para preservar a memória local, já que o crescimento de Farroupilha esteve diretamente ligado ao vai e vem dos trens da época. Valor ao que merece ser valorizado.

 

A união de muitos profissionais

“Esta obra tem uma importância única, culturalmente falando e pessoalmente também porque a estação faz parte da minha história: eu pegava o trem que passava aqui para ir à casa da minha avó, em Canoas. 
Quando foi aberta a avenida Barão do Rio Branco e a estação de fato ficou abandonada, o sentimento era de que não podíamos deixar assim. Batalhei bastante para assumir a obra que vai marcar a história também da minha empresa, que completa 48 anos, e da minha família que está há 100 anos na profissão”.

Itamar de Faveri
Da EWM, construtora responsável pela reforma da estação férrea.

 

“Já vencemos as principais barreiras, as de maior grau de dificuldade que foram: o comodato com a prefeitura, a elaboração do projeto técnico, a aprovação do projeto frente aos mecanismos de incentivo fiscal e a captação de recursos. Agora temos a realização da obra e depois a prestação de contas para os mecanismos de incentivo.
Estamos concluindo a primeira etapa com muito entusiasmo e ainda virão outras para a gente qualificar ainda mais este espaço para a comunidade”.

Daniel Henz
Da Simples Assim, responsável pelo planejamento cultural da estação férrea.  

 

“Iniciamos o projeto arquitetônico em 2016 até chegar este dia, no qual estamos muito felizes por colocá-lo em prática. A estação férrea de Farroupilha é a prova de que é possível realizar projetos de restauração. Estas obras representam crescimento para a cidade e um inestimável resgate de memória. 

A estação da cidade é uma das estações férreas que ainda está em bom estado de conservação em comparação às demais unidades que existem no Rio Grande do Sul, só por este motivo ela já é um motivo de orgulho. Quando fazemos uma restauração buscamos trazer também as emoções para que a população volte a ter o sentimento de pertencimento”.

Cristiane Rauber e Juliana Betemps
Da Escaiola Arquitetura Rara, responsável pelo projeto arquitetônico da estação férrea.