Redução do IPI para moveleiros divide opiniões
Medida atinge fabricantes de painéis de madeira, laminados de alta resistência e PVC para móveis
O governo reduziu a zero as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidentes sobre painéis de madeira, laminados de alta resistência e PVC para móveis. A medida que beneficia o setor moveleiro vale até 30 de setembro de 2012. O decreto que reduz o índice foi publicado no Diário Oficial na última segunda-feira.
Esses produtos não tinham sido contemplados com a desoneração para o setor moveleiro. De acordo com a Receita Federal, os itens foram incluídos no benefício a pedido dos próprios fabricantes. A última prorrogação de benefícios fiscais para o setor ocorreu em 29 de junho passado.
A redução dos atuais 5% não é muito substancial ao setor, segundo avaliação do presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan. A medida vai favorecer o fabricante de painéis e a redução do imposto não irá se refletir no consumidor. Estamos trabalhando para que haja uma redução do IPI para os móveis em Brasília mas, ainda não temos uma posição do governo, observa Cansan. Ele destaca que o painel de madeira representa 50% do custo do móvel como produto final. O benefício, portanto, é o custo financeiro para o fabricante integrado na cadeia produtiva, resume.
A alta carga tributária imposta aos brasileiros e, sobretudo ao setor produtivo é um dos calacanhares de Aquiles da indústria. E a redução do tributo acaba por ser bem vinda aos empresários. É o que sustenta o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Farroupilha, Gervásio Silvestrin. Entendemos que a redução da alíquota vai auxiliar uma reação positiva do setor e poderá provocar um incremento nas vendas do produto final, acredita ele. Em relação à geração de postos de trabalho que poderiam ser gerados com a iniciativa do governo federal, Silvestrin avalia que o período é muito curto (da redução do imposto) para que a medida se reflita em empregos. São apenas 41 dias. Porém, o presidente da CIC está otimista: A redução do imposto deve refletir para o consumidor. Se isso não ocorrer, a medida não tem efeito, explica.
De acordo com a Receita Federal, espera-se, com a medida, estimular os setores envolvidos na cadeia produtiva da fabricação de móveis, contribuindo, inclusive, na manutenção dos níveis de atividade econômica e de emprego e renda. A renúncia de receitas estimada decorrente da medida é estimada em R$ 116,12 milhões.