Buscando melhorias pela educação nacional
Tatiane De Bastiani Em outubro, o município de Gramado sediará pela primeira vez na Serra Gaúcha, o Encontro Nacional dos

Tatiane De Bastiani
Em outubro, o município de Gramado sediará pela primeira vez na Serra Gaúcha, o Encontro Nacional dos Conselhos Municipais de Educação. Diego Tormes, Coordenador Estadual da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME) e Presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), buscou recursos na Assembleia Legislativa para a realização do evento.
Na mesma entrevista cedida à reportagem deste jornal, Tormes destacou alguns pontos que precisam ser melhorados na educação a nível nacional e também municipal, os quais pretende discutir neste encontro. Ele irá expor que as relações das comarcas do Ministério Público e das Secretarias Municipais de Educação no Rio Grande do Sul com os CMEs não são tão boas e convergentes, como em nosso município. Além de não entenderem o poder legal que os CMEs têm, desconsiderando suas normas, algumas prefeituras não disponibilizam infraestrutura para os CMEs trabalharem. É nesses dois pontos, que Tormes avalia Farroupilha e o RS como referência.
O nosso estado, segundo o Coordenador Estadual, também é referência nacional do ponto de vista da organização dos Conselhos, por sermos o segundo em número de CME filiados, o estado que mais contribui financeiramente para a entidade nacional e que sempre realiza reuniões mensais de estudo e gestão, na capital. Ainda assim, segundo avaliação de Tormes, há um longo caminho pela frente, por melhorias na educação.
A situação brasileira em geral, é ainda pior. Entre os anos de 1995 a 2000, o Coordenador Estadual explica que foi atingido 97% em matrícula no Ensino Fundamental, praticamente universalizado. Porém, metade dessas crianças não concluíram o Ensino Fundamental e apenas um quarto delas, concluíram o Ensino Médio. Hoje, mais de 15 anos depois, a situação se mantêm. Tanto que a proposta do Plano Nacional de Educação que tramita no Congresso Nacional, aponta ainda para a necessidade de universalização dessas duas etapas.
De todas as etapas educativas, a nível nacional, o Ensino Infantil é a que apresenta pior situação. Faltam escolas, professores e recursos para os municípios darem conta da oferta dessa etapa. “Anunciar que 'nunca antes na história do país' se investiu tanto em educação, é fácil, mas fazer esse recurso ser direcionado para atividades e fins que dêem resultado, é o grande complicador. Tarefa essa, que o Brasil não tem conseguido fazer”, avalia o professor Tormes.
Como avaliação municipal, Tormes conclui que Farroupilha não se encontra em situação tão superior a de nível nacional. Os índices de excelência alcançados, que tornam nossa cidade referência, devem-se muito mais às escolas da rede municipal (que são em maior quantidade numérica e de matrículas), do que às escolas das demais redes de ensino.
Para Tormes, uma saída para melhorar a educação é enfatizar o aumento dos índices de matrículas no Ensino Médio e na Educação Infantil, melhorar as estruturas das escolas, principalmente as municipais e ampliar a oferta de atividades do contra turno escolar. “Ainda temos um largo caminho para percorrer se quisermos uma educação de excelência”, conclui o professor.