Projeto de Incentivo à leitura contagia alunos
Estamos no mês de comemoração do Dia Mundial do Livro, 23 de abril. Utilizando esta ferramenta
indispensável de educação, crescimento, entretenimento e de tantos outros substantivos, uma professora cria um projeto de leitura que desperta a expectativa nos alunos da escola Vivian Maggioni

Uma ideia é capaz de transformar o mundo. Você acredita nisso? A professora Lisette Fabro Weber, da Escola Estadual Vivian Maggioni, tanto acredita que coloca em prática, há três anos, um projeto simples e eficaz para incentivar a leitura e provocar os benefícios que nascem dela: “Viajando com a Sacola Mágica”, para alunos do 3º e 4º anos do ensino fundamental.
Uma sacola confeccionada em TNT que contém um livro, uma revista e a edição da semana do Jornal O Farroupilha é entregue a cinco alunos de cada turma mencionada, toda sexta-feira. Eles levam o conteúdo para casa e compartilham com suas famílias, devolvendo a sacola com a revista e o livro na semana seguinte, para que o andamento do projeto aconteça. Resumidamente é isso. Parece trivial, mas as mudanças de hábito provocadas são extraordinárias.
“As crianças esperam a sexta-feira chegar para levarem a sacola para casa. Esta é a melhor resposta de que o gosto pela leitura está sendo despertado, pois em meio a tantas informações, não se perde a prática boa, o essencial, que é a leitura”, defende a criadora do projeto.
Segundo ela, há a percepção do acesso restrito à leitura no núcleo familiar e “sem ler, o aluno não sabe pesquisar, resumir, formar ideias ou posicionar-se sobre um assunto. Pela leitura compartilhada com a família pode haver mudanças na vida do educando e até mesmo na relação familiar”.
O Viajando com a Sacola Mágica nasceu de um outro projeto, o “Ler é Bom”, que disponibilizava pela escola caixas com livros, os quais os alunos podiam levar para casa. “Nosso objetivo sempre foi incentivar a leitura, democratizando o acesso a ela. Tanto é que além deste projeto, temos outro aplicado ao 5º. ano, com a professora Ines Campanholo, no qual alguns alunos escolhem notícias do jornal e apresentam aos colegas de classe”, acrescenta a professora Lisette.
A escola Vivian Maggioni possui cerca de 300 alunos, do primeiro ao nono ano, e muitos deles em vulnerabilidade social, cenário que a professora Lisette, em seus 36 anos dentro da instituição na qual é vice-diretora, conhece bem. Os últimos oito anos vividos na biblioteca reforçaram a crença de que a leitura é capaz de gerar transformações. “Acredito no poder da leitura porque vejo brilho nos olhos das crianças quando uma história é contada. O projeto representa uma esperança, um sinal que diz que há saída através da leitura”, opina.
A farroupilhense que acabou influenciando a filha Lisiane, também professora, é um destes exemplos de profissionais da educação que mesmo diante de um cenário dificultoso, não desiste de expressar seu amor à profissão escolhida. Somam-se as ideias eficazes e pronto: o mundo acaba sedo transformado. Mágica não é apenas a sacola do projeto. Definitivamente.