Um campeão brasileiro que já foi destaque em Farroupilha

Rodrigo Caetano, diretor executivo do Campeão da Copa do Brasil Vasco da Gama, já foi um dos craques do Brasil-FA na década de 90

Assim que o árbitro Sálvio Spínola encerrou a partida decisiva entre as equipes do Coritiba e Vasco da Gama, as câmeras de TV focalizavam a festa cruz-maltina dos jogadores e da torcida. Uma grande massa compareceu ao Couto Pereira para presenciar o título da Copa do Brasil conquistado pelo Vasco, mesmo com a derrota por 3 a 2, na noite da última quarta-feira. O presidente do clube, Roberto Dinamite, também foi um dos protagonistas.

Dois outros heróis importantes apareciam abraçados: o técnico Ricardo Gomes – que após sua chegada, ainda em 2011, mudou os rumos da equipe no Campeonato Carioca e a levou pelo menos à final da Taça Rio –  e o cultuado diretor executivo do clube, Rodrigo Caetano, para muitos o grande pilar da recuperação do Vasco. No semblante do dirigente – pretendido pelo Fluminense, que ainda espera contratá-lo após a chegada de Abel Braga -, a sensação do dever cumprido. O sofrimento na derrota que valeu título, para Rodrigo Caetano, só valoriza a conquista. O time poderia ter feito um grande jogo, ter conseguido um resultado melhor, mas para o Vasco tem de ser sofrido. Já chorei muito, mas é um choro muito bom. Não dá para avaliar nada agora. Esse título muda bastante, o Vasco recuperou credibilidade, a autoestima do torcedor, comentou o ex-jogador.

A história do gaúcho Rodrigo Vilaverde Caetano (seu nome de batismo), 41 anos, tem muito a ver com o futebol gaúcho. Principalmente para os torcedores do Brasil-FA. Durante 13 meses, entre os anos de 1994 e 1995, ele fez parte do plantel do clube das Castanheiras. Teve grande destaque jogando com a camisa 10 e foi até goleador.

Morava na própria concentração do Estádio das Castanheiras, onde dividia o quarto com o goleiro Almir.

Deixou o clube em abril de 1995, trocando o frio do Sul pelo calor do Nordeste, onde foi atuar no Sport Recife. Na despedida, deixou como recado o seu sonho de voltar um dia a vestir novamente a camisa do Brasil-FA.

Rodrigo Caetano, pra quem não sabe, atuou em vários clubes como jogador profissional. É natural de Santo Antônio da Patrulha e iniciou nas categorias de base do Grêmio. Depois de passar por vários clubes (inclusive Brasil-FA e Juventude), estava no Grêmio no ano de 1997 e seria transferido para a Europa. Num lance com o volante Fernando, do Internacional, sofreu uma fratura na perna esquerda que o fez parar durante sete meses.

Depois disso, sua carreira prosseguiu sem muito sucesso por outros clubes e então partiu para o ramo da Gestão em Futebol.

Quando convidado por Roberto Dinamite para trabalhar no Vasco da Gama, Rodrigo atuava como Gerente de Futebol no Grêmio. Topou o desafio, sabendo que encontraria um clube recém rebaixado, sem maior prestígio, desacreditado e endividado. Aos poucos, as soluções começaram a ser encontradas, remodelações internas no clube foram feitas, planejamento em marketing e negociações de atletas. O quadro social do Vasco na sua chegada, era algo em torno de quatro mil sócios e, hoje, já ultrapassa os quarenta mil. Com duas rodadas de antecipação, o time carioca garantiu o título da Série B e a sua volta à elite do futebol brasileiro.

Até horas antes da decisão com o Coritiba, e depois da conquista do título, Rodrigo Caetano repetia, como poucos, a frase que considera importante para o presente e o futuro do clube. Muda todo um cenário. A verdade é uma só, e eu já havia falado isso antes: recolocar o Vasco num outro cenário e fazer parte dessa história não tem preço.

Sobre  o que vai acontecer daqui por diante, o dirigente limitou-se a pensar apenas na festa. Planejamento, só amanhã, disse Rodrigo, um dos responsáveis pela vitoriosa campanha do Vasco.