As tradições pascais de geração a geração

Na Páscoa é comum religiosos manterem muitos rituais em forma de fé e crenças. Conversamos com Diva Nadir Fra de Cesaro e Vanda Trubian Concatto para relembrar e entender um pouco melhor estes costumes

Em tempos não muitos distantes, décadas passadas, as tradições pascais eram sinônimo de respeito a Cristo e eram cumpridas com rigor por todos, principalmente nas localidades do interior. Diva Nadir Fra de Cesaro, 68 anos, tesoureira do grupo Nei Tempi Del Filó e Vanda Trubian Concatto, 72 anos, nos contaram o dia-a-dia da preparação da Páscoa nas antiguidades.

Diva lembra que a simplicidade era extrema. Os presentes maiores eram balas, fatias de pão com marmeladas ou ovos de galinha pintados e recheados com balas ou amendoins.

Agora a Páscoa é vivida em função do comércio ao invés de seu próprio sentido religioso, considera. A tradição se perdeu com o tempo. Hoje quase não se tem mais nenhum ritual e quem ainda os mantém são as pessoas mais velhas, analisa.

Diva conta ainda que tem muita saudades da época. Podíamos sair de casa e deixar todas as portas abertas. As pessoas também se visitavam muito mais, eram mais amigas, conta.

Já Vanda destaca que as pessoas tinham mais fé e mais respeito. Deveríamos usar a data para lembrar do sofrimento de Jesus por nós e dedicar um pouco de nosso tempo à ele, analisa. Ela ainda lembra que em sua juventude, quando as formas de lazer eram raras, ela integrava as equipes de torcida para os homens que jogavam futebol.

Durante uma quaresma, fomos animar um jogo de futebol em Mato Perso, distrito de Flores da Cunha. Mantivemos a festa e as músicas e no dia seguinte fomos extremamente criticados por todos da localidade, devido ao barulho que não era permitido durante o período, lembra.

Confira na edição desta quinta-feira algumas das tradições de nossos antepassados para o período de quaresma e Páscoa. Muitas inclusive, se perpetuam até hoje.