Ninguém fica parado com Pokémon Go
Jogo de realidade aumentada para smartphones conquistou farroupilhenses de todas as idades

Quarta-feira, final de tarde. Agora todo mundo só fala desse tal Pokémon, comenta uma senhora que aguardava seu ônibus no ponto junto a Praça da Matriz, no Centro. E com toda a razão. A metros de distância dela, crianças, adolescentes e, inclusive, adultos caminhavam de um lado para o outro com os olhos direcionados para as telas de seus celulares. O motivo? O aplicativo Pokémon Go, criado pela empresa Niantic e que utiliza a tecnologia da realidade aumentada em conjunto com os serviços de mapeamento do Google. O jogo, lançado oficialmente no Brasil no começo do mês, despertou um clima de nostalgia e aventura em diversos farroupilhenses de ambos os sexos e de várias faixas etárias.
O assistente de vendas Gustavo Conte Panozzo, de 25 anos, conta que sua rotina teve um leve impacto com o lançamento do jogo. Procuro fazer caminhos que passe por algum ‘pokéstop’ e, às vezes, tento correr para lugares onde o pessoal diz que tem algum pokémon raro, explica.
Pokéstop é um local presente dentro do mapa de Pokémon Go onde o jogador pode conseguir itens importantes para progredir na narrativa do jogo. Por se tratar de realidade aumentada, este benefício só é possível se o jogador estiver localizado em um ponto específico do mundo real. Em Farroupilha, o Pokéstop que mais atrai os jogadores é o Monumento a Odin, nome dado ao pergolado circular que fica ao centro da Praça da Matriz.
TECNOLOGIA INOVADORA,
PORÉM NEM TÃO NOVA
Ronaldo Prass, programador de sistemas sênior e colunista de tecnologia da Rede Globo no Portal G1, destaca que o ato de jogar em rede não é novidade, mas o fato de Pokémon Go reunir fisicamente os jogadores é uma das melhores funcionalidades presentes. Além disso, Prass faz algumas ponderações. É sempre válido ressaltar os cuidados que se deve ter quando se está jogando na rua. Infelizmente o roubo de celulares é uma realidade em qualquer cidade ou país e em Farroupilha não é diferente. É necessário redobrar a atenção ao transitar nas ruas durante as caçadas de Pokémon. Como qualquer forma de entretenimento, é preciso dosar o tempo de diversão com as atividades escolares e ou profissionais, complementa.
O programador reforça também que o conceito tecnológico aplicado em Pokémon Go já existe há algum tempo e que o seu potencial vem sendo explorado gradativamente em diferentes áreas da sociedade. A realidade aumentada recebeu essa denominação nos anos 90, na época computadores eram limitados, a web (internet comercial) estava surgindo e não existiam dispositivos móveis capazes de executar aplicativos capazes de explorar a tecnologia. Mas ela não serve apenas para entretenimento, tanto que pode ser empregada, por exemplo, como ferramenta de treinamento na área militar, no apoio em cirurgias complexas por meio de exibição de exames de tomografia, raio X-virtual e ultra-som em tempo real e até na educação, com o aumento da interatividade na apresentação de conteúdo didático, conclui.
TEXTO:
Roberto Ferrari