O custo da energia

Mesmo com mais de 80% de sua energia elétrica gerada por usinas hidrelétricas, o que representa custos baixos de geração

Mesmo com mais de 80% de sua energia elétrica gerada por usinas hidrelétricas, o que representa custos baixos de geração e uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, o consumidor brasileiro paga uma das mais pesadas contas de luz do mundo. Este contraste afeta diretamente as empresas, que já sofrem com outras variáveis nada favoráveis como a alta carga de tributos, a ameaça da importação de produtos manufaturados e o cambio valorizado.

Esta situação de extrema dificuldade que de um modo geral acontece em todo o pais, tem seu gargalo em relação a questão energética na Serra Gaúcha. O presidente da CICS de Farroupilha, Gervásio Silvestrin, respaldado em estudos da CICS/Serra, presidida por Ademar Petry, chega a afirmar que a região paga uma das energias mais caras do mundo. As lideranças empresarias lembram que no caso da Rio Grande Energia, quando houve a privatização da CEEE, a empresa RGE ficou com a parte boa do negócio e do mercado e pela lógica teria competividade de oferecer custos menores aos consumidores.

O discurso da indústria contra o alto custo da energia não é um tema apenas regional. O Encontro Internacional de Energia, promovido pela FIESP no inicio de agosto em São Paulo, constatou que, para que os valores cobrados pela energia, voltem a patamares competitivos, será preciso melhorar a regulação de todo o setor, aumentar a oferta de gás natural ao setor industrial, reduzir impostos e aproveitar o vencimento das concessões de energia elétrica entre 2015 e 2017, para promover uma expressiva redução dos valores praticados.

A briga por preços melhores tem o mesmo significado que as constantes manifestações contra os valores abusivos cobrados nas praças de pedágio. Neste sentido, logo que no caso das concessões, já existe a tendência do governo em renovar as concessões é necessário que se estabeleça desde já a mobilização de lideranças empresariais e politicas para conseguir esta redução. Estima-se, que o custo de energia elétrica no Brasil deveria cair em torno de 35% para que a competitividade da indústria esteja nos mesmos patamares em relação aos concorrentes mundiais.

Trazer este debate para a opinião pública é extremamente necessário para que haja pressões da sociedade no sentido de obter soluções a curto, médio e longo prazo. Além desta pressão sobre as concessionárias para que reavaliem os valores cobrados, é necessária a busca incessante por fontes alternativas de energia. A energia pesa a cada dia mais no bolso do cidadão e das empresas. Que a mobilização para encontrar soluções continue cada vez maior e mais organizada.