Fala, candidato!

É chegado o momento das considerações finais. Da análise da caminhada e da crença de que o eleitor irá optar

É chegado o momento das considerações finais. Da análise da caminhada e da crença de que o eleitor irá optar pela sua proposta. Para realizar um breve balanço desta campanha, o jornal O Farroupilha conversou com os candidatos para saber se o percurso percorrido até aqui valeu a pena, quais os momentos mais emocionantes vividos por eles e as questões levantadas pelo Ministério Público. Em suma, este foi um pleito emocionante. Uma eleição onde os postulantes ao cargo de prefeito tiveram a oportunidade de expor suas ideias, seus projetos, apresentar o que foi feito e o que ainda poderá ser trabalhado para que Farroupilha continue sendo um município referência no Rio Grande do Sul.

Ademir Baretta – PMDB

Qual é a sua avaliação da campanha?

Esta foi uma campanha diferente de todas que já participei. Uma campanha onde nós fomos muito bem recebidos, onde a comunidade reconhece o grande momento pelo qual Farroupilha passa e reconhece que esse momento é fruto de governos, de decisões acertadas de governo. Um governo exitoso, de obras e que nunca deixou de olhar para as pessoas, para as famílias, construindo uma qualidade de vida e a comunidade toda esperando que esse momento ímpar da economia, do desenvolvimento e da qualidade de vida de Farroupilha possa ter a continuidade através das propostas que eu e o Bozzetti apresentamos à nossa comunidade.

Como avalia os processos movidos pelo MP na reta final de campanha?

Com a maior naturalidade. Nós temos visto representantes do MP agindo de forma incisiva, direta, não só em Farroupilha, mas em todos os lugares. Nós temos visto, através de alguns dos seus representantes, que o MP não consegue entender a diferença entre ser prefeito e ser candidato. Existem restrições legais, nós temos profundo conhecimento da lei, temos a convicção de que nós não a infringimos, mas essa é a grande diferença: atuar sobre quem é prefeito e não atuar sobre quem é candidato, exatamente porque existe essa confusão entre quem é prefeito e o candidato. Nós estamos bastante tranquilos, o MP agiu de ofício, como deveria agir.

É possível o uso político dessas intervenções do MP?

Nós acreditamos que não houve um planejamento de ações para que houvesse a politização. Agora é evidente que o anúncio prévio, a abertura de processos sigilosos, a divulgação de atos que não deveriam ser divulgados poderiam e estão sendo usados unilateralmente pela oposição. Não me sinto perseguido. Eu me sinto às vezes confundido com prefeito candidato por algum representante do MP. Exatamente por isso que a legislação é clara e existem as incompatibilidades, os impedimentos, as proibições e, como tudo isso é lei, sou conhecedor da lei, respeitei tudo isso e por isso estou tranquilo de que não houve absolutamente nenhum abuso, nenhum uso da máquina.

Estes acontecimentos, sejam de um ou de outro lado, fazem parte do processo de uma campanha, de uma disputa eleitoral?

Passaram a fazer parte, não podemos dizer que fazem parte. Passaram a fazer parte a partir de um entendimento, ao meu ver, equivocado de alguns representantes do MP no sentido de que houve um rigor nas ações e uma precipitação na divulgação destas ações. Mas, cada um compreende o seu papel. Temos visto isso em outros municípios e nos parece ser uma orientação do MP. Mas, nós temos a clareza de quem decide realmente é o Judiciário e ele tem tido uma postura exemplar, uma postura extremamente correta ao conduzir o processo eleitoral com extrema lisura e só cabe a nós cumprimentar o Poder Judiciário.

Uma campanha é uma soma de diversos momentos. Ao longo da caminhada, o senhor lembra de alguma situação que tenha sido marcante?

O reconhecimento. Quando nós chegamos ao bairro e as pessoas agradecem com lágrimas as ações que fizemos na área da Saúde. Quando nós chegamos à comunidade do interior, e existe o reconhecimento por todas as ações que nós fizemos para o desenvolvimento da nossa agricultura. Mas, um momento de extrema emoção foi quando nós estivemos nos condomínios que construímos através do programa Minha Casa, Minha Vida, em que fomos recebidos em dezenas de apartamentos com lágrimas de pessoas que diziam eu jamais imaginei que poderia realizar o meu sonho da casa própria! Graças ao seu trabalho e de sua equipe eu estou aqui.

Muitas vezes uma campanha não permite que façamos tudo o que tenhamos planejado. O senhor tem alguma situação em que voltaria atrás, teria feito melhor ou que se arrependa de não ter feito?

Não existe espaço para arrependimento e digo que estou extremamente gratificado neste período eleitoral pelo apoio que nós recebemos, pelo carinho que nós recebemos, pela equipe que nós constituímos. Eu diria que foi um grande aprendizado que nos permite, com certeza, no próximo governo termos ainda mais segurança para conduzirmos o nosso município.

O senhor concorda que quatro anos é pouco tempo para realizar uma série de ações até mesmo em função da burocracia, dos processos licitatórios?

Quando nós disputamos uma eleição sabíamos que o prazo do mandato era de quatro anos. Nós montamos uma central de projetos, tornamos o município de Farroupilha conhecido em todos os ministérios e agora, que os processos estão feitos, tendo o reconhecimento e a aprovação e que nos permite dizer que Farroupilha está planejada, preparada para receber muitas obras de projetos que nós encaminhamos nos primeiros anos de governo. Temos convicção de que se nós dermos a continuidade a esse trabalho logo ali na frente teremos um diferencial para Farroupilha em relação a este trabalho que está sendo feito.

Como o senhor, como cidadão, resume este pleito?

Nós vemos que houve e está havendo um amadurecimento muito grande da população. No início eu disse que era uma eleição diferente e digo que é diferente porque a população aprendeu a entender o que é possível e o que não é possível. A população aprendeu a perceber a mensagem do candidato e saber o que cabe e o que não cabe no orçamento do município. Então eu diria que o grande aprendizado é que o eleitor não mais aceita ser iludido com mega propostas. O eleitor está atento. Ele sabe quem está falando, que está preparado e tem conhecimento para implementar as suas propostas.

O senhor tem percebido os eleitores descrentes, quando o assunto é política?

As pessoas até não querem discutir, mas elas têm a sua proposta definida, têm o seu voto definido. Elas têm as suas convicções. É exatamente neste ponto que elas formam as suas convicções: em poder ouvir, em poder analisar as propostas e poder acreditar nos candidatos. Existe uma participação ativa na eleição com a definição do voto e a população vai saber onde votar e onde está o significado do desenvolvimento do município. No conhecimento, na experiência e na preparação.

Claiton Gonçalves – PDT

Qual é a sua avaliação da campanha?

Avalio de forma muito positiva. Nós avançamos de uma candidatura desconhecida para um lugar muito especial. Essa positividade se deve às propostas claras, definidas e a um modelo de governo democrático. Essa avaliação nos permite dizer que a caminhada foi boa, nós conseguimos fazer, mesmo com uma equipe muito menor do que a equipe da situação, com base em uma militância despojada, gratuita, fazer um avanço muito grande em todos os bairros, em todos os serviços, indústrias, empresas da cidade, levando nossas propostas humildemente e as qualificando com o pedido de voto e justificando esse pedido com a honradez de uma administração limpa e transparente.

Como avalia os processos movidos pelo MP na reta final de campanha?

Todo e qualquer processo tem um tempo de investigação, amadurecimento e um momento para acontecer. Nós não nos envolvemos de nenhuma forma com a situação da situação. Nós achamos que é um problema que a situação tem de resolver. A questão é da situação: um governo de 12 anos, um governo de continuidade política. E o governo de 12 anos tem seus problemas que devem resolvidos ou com uma administração que permita a resolução ou que deixe lá as lacunas para que o MP trabalhe. Na verdade nós não nos envolvemos com isso. Nós estamos avançando e não nos envolvemos com essas questões.

É possível o uso político dessas intervenções do MP?

Não vejo por aí. Eu acho que ninguém que sai de casa para ir à missa e sofra um acidente vai ter do padre mais pena do que se ele tivesse chegado sem o acidente. O acidente é uma consequência do caminho. Cada um faz o seu caminho.

Estes acontecimentos, sejam de um ou de outro lado, fazem parte do processo de uma campanha, de uma disputa eleitoral?

Eu, prefeito de Farroupilha, terei o melhor entendimento com o MP, o melhor entendimento com o Legislativo municipal, melhor entendimento com a comunidade e suas necessidades e a partir disso, nós entendemos que as questões advindas destes poderes serão próprias dos seus poderes e não teria nenhum tipo de interveniência nem de manifestação à atitude dos poderes independentes. Em relação a essa conveniência eleitoral eu não acredito que seja pensada, tabulada, não vejo assim. São realmente situações independentes da sociedade e tem de ser respeitados como tal.

Uma campanha é uma soma de diversos momentos. Ao longo da caminhada, o senhor lembra de alguma situação que tenha sido marcante?

Descobri que o trabalho que fiz como médico estava tão profundamente marcado na comunidade que me permitiu a abertura de portas que eu não imaginava que pudessem abrir. Essa minha vida de médico sobre a qual eu nunca fiz nenhum tipo de aquisição além do próprio trabalho médico, me permitiu ter entrado nas empresas, nas escolas, nos serviços, nos bairros, no mais humilde dos bairros, no mais soberano dos bairros de forma muito clara, transparente e tranquila. Quando pedi voto, pedi em nome da decência, da honestidade, pedi o voto com honradez de um governo que nós pensamos que seja transparente, limpo e moral.

Muitas vezes uma campanha não permite que façamos tudo o que tenhamos planejado. O senhor tem alguma situação em que voltaria atrás, teria feito melhor ou que se arrependa de não ter feito?

Nós estamos fazendo uma campanha com muita felicidade. E se eu pudesse voltar no tempo eu a teria feito mais feliz ainda. Nós temos uma grande equipe nos apoiando e essa equipe é uma equipe inteligente, uma equipe de homens experimentados.

O senhor concorda que quatro anos é pouco tempo para realizar uma série de ações até mesmo em função da burocracia, dos processos licitatórios?

Há modelos e modelos de governo. Quatro anos é mais do que suficiente para você implantar um projeto de demanda popular. A partir disso se cria todo um método de trabalho diferente do método de trabalho que vinha sendo realizado. Este projeto novo permite que você abra as janelas para o mundo e partir disso construir. Talvez a construção não seja completada em quatro anos. Mas a planta, o projeto, estará pronto. E quem vai definir o modelo, se é bom ou não, é a comunidade pelo voto. A comunidade pelo voto diz eu quero esse projeto, eu continuo com esse projeto.

Como o senhor, como cidadão, resume este pleito?

Eu quero ser prefeito. Isso é uma coisa que preciso deixar bem claro. Por que eu quero ser prefeito? Porque dentro da minha vida de cidadão, de trabalhador, eu acho que a cidade merecia uma visão, um foco diferente ao qual eu me disponho a ajudar construir. Mas eu quero deixar bem claro que eu não preciso ser prefeito. Então enquanto cidadão, eu estou na condição de candidato querendo ser prefeito. E isso é diferente de precisar ser. Então essa é a necessidade que eu vejo que essa é a necessidade que a comunidade avalie. A comunidade precisa avaliar isso muito bem. Eu quero ser prefeito.

O senhor tem percebido os eleitores descrentes, quando o assunto é política?

As pessoas se mostraram mais interessadas do que eu esperava. Elas levantam bandeiras, que muitas vezes são bandeiras familiares, históricas, e não estão prontas, muitas vezes, para o contraditório, para a discussão, para essa renovação das ideias. Eu tenho observado no início da caminhada isso de uma forma muito tênue em Farroupilha. E hoje de uma forma muito mais acentuada. A nossa campanha permitiu que as pessoas pensassem politicamente. O modelo de campanha que tabulamos permitiu essa abertura. A abertura para pensar.

Glacir Gomes – PV

Qual é a sua avaliação da campanha?

Muito boa. A gente tem dito que foi melhor do que a esperávamos. O difícil é a burocracia do partido, de conseguir as coisas no prazo. No corpo a corpo, na busca do voto, é o mais fácil, o mais gratificante. Tivemos um caso essa semana, no último domingo, em que fomos visitar o bairro Industrial e dois adolescentes de 13 anos. Vimos que eles estão acompanhando as entrevistas, convidando os pais e debatendo isso. É muito gratificante e cria uma responsabilidade muito grande, porque a gente está conseguindo transmitir uma nova forma de fazer política, que era uma coisa que a gente tinha intenção desde o começo.

Como avalia os processos movidos pelo MP na reta final de campanha?

Eu não vejo perseguição nenhuma. A dra. Claudia explicou isso muito direitinho: é porque agora é o momento. É o momento que vale a campanha eleitoral, aquilo que pode e o que não pode ser feito, mas ela vem juntando material desde o início de janeiro. Saiu aquela revista que era a prestação de contas do Baretta. Nunca foi feita uma revista. Aí no final dos 12 anos de governo fez essa revista.

É possível o uso político dessas intervenções do MP?

Não houve politização nenhuma em relação a isso. Eu li o processo. Tem cinco tópicos ali fatais e ele sim, tem todas as chances de ser cassado. Porque aquela revista que ele fez, com dinheiro público, ele usou na campanha. Fotografias que foram pagas com o dinheiro público. É o uso do dinheiro público em benefício próprio. Isso é contra a lei. Aí quer dizer que não foi ele que fez a propaganda? Não pode dizer que não conhece a lei. Não existe isso. Ele fez uma lei em 2011 para vigorar em 2012. Então assim, não tem como ele escapar disso aí.

Estes acontecimentos, sejam de um ou de outro lado, fazem parte do processo de uma campanha, de uma disputa eleitoral?

Eu sou um novo político e quero acabar com a profissão de político. Político de profissão, não aquele político que vai fazer as coisas pelo coletivo e não pelo individual. O PV não entrou com nenhuma representação e nem sofreu nenhuma. Porque? Porque estamos fazendo dentro da verdade, dentro do permitido, e em nenhum momento nós queremos sair fora disso aí. É uma campanha com ética.

Uma campanha é uma soma de diversos momentos. Ao longo da caminhada, o senhor lembra de alguma situação que tenha sido marcante?

O contato com o público. Um senhor de 105 anos que veio conversar conosco disse que vai votar até o fim da vida e que o pai tinha vivido 113 anos e que ele queria saber se, realmente, eu iria honrar as palavras que eu disse na rádio, porque para ele o fio do bigode era o que valia… Isso aí não tem preço! Olha a responsabilidade que os políticos têm e às vezes não se dão conta. Isso que eu queria fazer. Queria mudar a forma de as pessoas se posicionarem na política. E não só trocar os políticos. Isso não adianta: daqui a quatro anos acontece tudo novamente.

Muitas vezes uma campanha não permite que façamos tudo o que tenhamos planejado. O senhor tem alguma situação em que voltaria atrás, teria feito melhor ou que se arrependa de não ter feito?

Eu gravo todas as minhas entrevistas, eu saio do debate e vejo de novo o debate e estou me corrigindo. Por isso que eu, a cada debate que faço, estou conseguindo melhorar. Eu estou preparado. Eu estudei política, fiquei um ano e meio em cima disso aí. Dr. Claiton, enquanto isso, era médico, ele estava focado na profissão. O Baretta estava resolvendo os problemas da cidade e não viu o que tinha de fazer, realmente, pelo coletivo. Eu sou o mais preparado e o único com coragem e com determinação para fazer essa nova política. Por isso que vou ganhar a eleição.

O senhor concorda que quatro anos é pouco tempo para realizar uma série de ações até mesmo em função da burocracia, dos processos licitatórios?

É muito. Basta ter vontade. O primeiro ato que vou fazer na prefeitura? Vou fazer como esse salão aqui. Vou tirar as paredes, vou tirar tudo e vai ser uma sala ampla. O povo tem de saber quem está falando com quem e um tem de fiscalizar o outro. Nada de salinha fechada. No segundo ato eu vou no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para saber quais as cidades que mais fazem coisas boas e que não são apontadas. Estas cidades investem melhor o dinheiro público. É lá que nós vamos pegar exemplos de como fazer melhor. E copiar não é feio. O objetivo é atender ao consumidor final, que é quem paga imposto.

Como o senhor, como cidadão, resume este pleito?

Ontem (02/10) no Facebook as pessoas disseram assim Queremos que Glacir seja hour concour em todas as eleições. Por quê? Porque eu estou dizendo coisas que ninguém nunca disse. Estou trazendo propostas que ninguém nunca trouxe. Eu estou com a missão cumprida. Eu estou realizado. Ninguém fundou um partido em um ano e três meses, lançou uma majoritária e uma de vereadores solito, sem nenhum dinheiro externo, não pedi nenhum centavo para nenhuma empresa, fazendo eu, a minha vice, meus dois vereadores e suas esposas, indo bairro por bairro, rua por rua, ninguém vai fazer isso nunca mais na vida.

O senhor tem percebido os eleitores descrentes, quando o assunto é política?

Platão e Sócrates já diziam isso tudo. O que mudou? Nada. Apenas as pessoas estão mais egoístas. Mas o pior de tudo é aquilo que o Martin Luther King falava: os bons se afastam e os ruins tomam conta. E a política tem muito ruim. A maioria hoje é ruim. Por quê? Porque os bons se afastaram. Eu digo isso há mais de 20 anos: se o Alexandre Grendene ou o seu Colombo fossem o prefeito, ele trabalharia uma hora por dia e faria mais que o Baretta em um mês. Mais do que o Tarso. Por quê? Porque ele iria fazer normas, sugestões, regras, metas e objetivos.