MST comemora a entrega da medalha Mérito Farroupilha na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

Liderança histórica do MST, João Pedro Stedile recebeu a medalha em nome do movimento nesta segunda-feira, 16 de dezembro

Apesar de toda polêmica criada por deputados adversários, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira, 16 de dezembro, às 17h, no Salão Júlio de Castilhos. A medalha Mérito Farroupilha foi recebida por João Pedro Stedile em comemoração aos 40 anos do movimento. Por iniciativa do deputado estadual Adão Pretto Filho, a homenagem faz parte da “Semana Adão Pretto”, em memória do seu pai, Adão Pretto, um histórico defensor da Reforma Agrária.
 
“Essa homenagem marca a memória de Adão Pretto, que completaria 79 anos no dia 18 de dezembro e foi o primeiro parlamentar eleito ligado ao MST, atuando como deputado estadual e federal. Pretto foi um grande parceiro de João Pedro Stedile na luta pela reforma agrária. Dois gaúchos que dedicaram suas vidas ao direito à terra, garantida na Constituição Federal”, justificou o parlamentar.
 
“Trata-se de uma justa homenagem ao maior movimento social do Brasil, amplamente reconhecido no cenário internacional por sua contribuição à produção de alimentos saudáveis, à preservação ambiental e à luta por justiça social no campo. Mesmo diante de ataques de parlamentares da extrema direita, cuja visão preconceituosa busca deslegitimar o movimento e os trabalhadores rurais sem terra, nunca houve receio de que a condecoração pudesse ser cancelada. Confiamos plenamente na soberania do parlamento gaúcho e na integridade de suas decisões”, afirmou Adão Pretto Filho.
 
Gaúcho de Lagoa Vermelha, Stedile é referência mundial em reforma agrária e autor de mais de 10 livros sobre o tema. Sua liderança ultrapassa as fronteiras do Brasil. Prova disso foi o discurso proferido em maio por ele em Verona, na Itália, em um evento com o Papa Francisco. Em 2020, o pontífice agradeceu formalmente ao MST pela distribuição de comida aos pobres na pandemia, identificando no gesto “um sinal do reino de Deus, que gera solidariedade e comunhão fraterna” e abençoou a sua bandeira vermelha.