Para uma vida mais leve

27 de agosto é o Dia do Psicólogo. Qual a importância deste profissional em nossas vidas e por que devemos buscar este auxílio? Tire suas dúvidas. Beba direto da fonte

Quem não quer viver de forma mais harmoniosa, sabendo lidar com os conflitos internos e externos? Todos nós desejamos uma vida leve, percorrendo um caminho no qual o autoconhecimento seja ferramenta aliada. Pois o próximo dia 27 é Dia do Psicólogo, o profissional que atua para que possamos entender mais sobre nós mesmos.
Psicologia, palavra que deriva do grego “estudo da mente”, é uma ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais, procurando princípios gerais que os expliquem, com a finalidade de fazer com que o ser humano sinta-se bem consigo mesmo, com quem se relaciona e com o ambiente em sua volta.
Como forma de homenagearmos a classe profissional, convidamos alguns psicólogos de nossa cidade para nos dizer como a Psicologia pode nos auxiliar. 

Confira as respostas de pessoas que entendem sobre como ajudar os outros a superarem insatisfações, contribuindo para a melhora da qualidade de vida, que deve ser tranquila e feliz.

 

Como a Psicologia auxilia na vida das pessoas?

“A Psicologia ajuda as pessoas a se transformarem naquilo que elas escolherem ser; também a se responsabilizarem por suas escolhas, facilitando que sejam honestas consigo naquilo que há de mais profundo e íntimo em si, na forma como efetivamente vivem, sentem e na maneira como se relacionam consigo e com os outros.

A Psicologia ajuda as pessoas dando ouvidos ao que elas têm de mais singular e próprio; valoriza cada ser humano naquilo que ele é. Busca ajudar o outro a se encontrar com o que é seu, tanto de maneira ampla, quanto em cada detalhe da vida, desde um lapso na fala, um esquecimento, um gesto, um sonho. Além do que, compreende que todas as emoções são parte da vida e que também são formas de se expressar, de modo que se ajuda as pessoas a conversarem com suas emoções, ao invés de fomentar que se as reprima. Outrossim, a Psicologia ajuda oferecendo uma escuta interessada e livre de julgamento e preconceito, visando ao que há de particular no que a pessoa fala; além de manter sigilo e garantir a segurança de todo e qualquer assunto tratado em terapia.

Isso vala para qualquer ser humano em qualquer condição ou língua. Por isso também me dedico a atender a comunidade surda. Acredito que todos têm o que dizer e têm o direito de serem escutados”.

João Vitor Haeberle Jaeger
CRP 07/21557

Especialidade: Psicólogo e Psicanalista há oito anos. Atendimento a crianças, adolescentes, adultos, idosos. Atendimento em LIBRAS para surdos. Endereço: Rua Coronel Pena de Moraes, 533/210. Telefone: (51) 99279-7519.

 

 

“Respondo como alguém que teve a coragem de, há muito tempo, experimentar o desafio que é mergulhar numa psicoterapia e se propor a realizar um processo de desvendamento de si. Usei a palavra coragem porque acredito verdadeiramente que aqueles que se propõem a compartilhar suas próprias dores, a admitir suas fragilidades, aceitar suas limitações e compreender os porquês de seus comportamentos, certamente são ousados frente a um mundo que busca e nos exige respostas prontas e imediatas, resultados rápidos e que inibam todo o sofrimento e, preferencialmente, condutas que promovam uma vida de plena alegria e bem-estar. 

Possibilitar-se a descobrir que nossas falhas são justamente o que nos torna humanos, que somos passíveis de erros, mas que temos capacidade para reparar, que não temos o controle de tudo, que a vida é imprevisível e que padrões que nos oprimem não precisam ser seguidos, sem dúvida alguma, é libertador. E é justamente isso que eu acredito que a psicoterapia permite: um processo baseado na verdade, mesmo que elas sejam duras ao se tomar contato, sem falsas promessas, que possibilita que todos esses desdobramentos aconteçam, na medida em que nos propomos a aprofundar nosso autoconhecimento e aceitamos que um outro nos auxilie nesse lindo trabalho de saber quem somos e porque somos assim. 

É preciso lembrar das outras áreas da Psicologia, que tanto contribuem para o ser humano, para as instituições e para a sociedade como um todo. As relações de trabalho são muito mais sensíveis em razão da entrada do psicólogo no mundo corporativo; as escolas estão melhor amparadas, bem como alunos e professores encontram no setor de Psicologia um espaço de escuta, amparo e orientação; o esporte permitiu que os atletas melhorassem seu desempenho, a partir do momento que se reconheceu que as emoções influenciam diretamente nos resultados e psicólogos passaram a fazer parte das equipes de profissionais; as políticas públicas, especialmente de saúde e assistência social, tornaram-se mais humanizadas com a inserção de psicólogos na construção dessas políticas, assim como com a participação desse profissional nas equipes mínimas de atendimentos em serviços públicos. 

Como psicóloga, e também paciente, me arrisco a encerrar minhas contribuições com as palavras de Sigmund Freud que, até hoje, fazem todo sentido: ‘A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras bondosas’”.

Rejane Comin
CRP 07/17646

Especialidade: atendimento Clínico de Adolescentes e Adultos, com enfoque psicanalítico há 10 anos. Endereço: Rua Júlio de Castilhos, 651 – Sala 408. Telefone: 9.9988-3666

 

“Temos ciência de que nós, em algum momento de nossas vidas, sofremos por algo ou circunstâncias ou alguém. Também pode ser que nos deparamos com um sofrimento que nos paralisa, nos inibe, que nos limita de algum modo na vida. Também, percebemos que algo em nosso sofrer parece se repetir em nossas vidas.
Em análise, as falhas da nossa própria fala expõem muito mais do que queríamos expressar, e nosso inconsciente se faz presente, clareando o que antes parecia impossível nomear e que ao mesmo tempo nos traz angústia. 

Sentimos dificuldades de romper com esta dor que parece nos possuir, que nos angustia profundamente, que gera dor e conflito. É neste momento que se pode considerar que de fato valha a pena dar início a uma análise, isto é, reservando um tempo de nossos dias à escuta do nosso eu, do nosso inconsciente. Precisamos de alguém que nos escute sem julgamento prévio ou baseado em sua história de vida. Precisamos ser escutados em nossa dor.
Ao se abster de julgamentos, a análise promove com que o analisando possa de fato se perceber eu suas falhas e talentos. Ter consciência dos motivos de sofrer possibilita crescimento pessoal, profissional, afetivo e da vida em sociedade.

Aos poucos, percebemos autonomia em nossas decisões, passando a dar conta de nossos sintomas, quer sejam da ordem do depressivo, obsessivo, fóbico ou de estados inconstantes de humor, ou ainda de momentos por vezes alucinatórios.

A partir daí o analista é questionado se de fato após um processo analítico haverá cura. Creio na concepção de que nossa tarefa será considerada como uma transformação a um momento novo sem resquícios de nossas posturas anteriores.

Credita-se, na Psicanálise, a responsabilidade que todo ser humano tem de seus sintomas, suas escolhas e seus medos. Somos sim, responsáveis pelos nossos sucessos e/ou nossos fracassos.

E é em análise que nos permitimos questionar todas as dúvidas ocorridas no decorrer de nossas vidas”.

 

Rita Rosa Baretta
CRP 07/04594 

Especialidade: Psicanalista há 20 anos e Psicóloga há 31. Atendimento 
a adultos e adolescentes. Endereço:  
Rua Marechal Deodoro, 205. 
Telefone: 999714638