Aline Maurer – Realizada e equilibrada

Aline Maurer é advogada e mãe da Sofia, de cinco anos. Ser profissional liberal lhe dá flexibilidade de tempo e,

Aline Maurer é advogada e mãe da Sofia, de cinco anos. Ser profissional liberal lhe dá flexibilidade de tempo e, assim, ela consegue realizar todas as atividades as quais se propõe. Ela conta mais sobre sua rotina, medos e anseios em relação à filha e sobre sua percepção sobre maternidade real

Como é a tua rotina? 
Pela manhã vou ao escritório. Faço questão de estar com a Sofia para almoçar e organizá-la para a escola. Deixo ela na escola, volto para o escritório e trabalho até o horário de buscá-la. À noite, gostamos de ficar em casa, jantamos juntos, aproveitamos para conversar sobre nosso dia e sobre a escola da Sofia.

Qual o percentual destinado hoje à tua família, teu trabalho e a ti mesma? Estás satisfeita com isso? 
Posso dizer que sou uma pessoa realizada, pois consegui chegar num equilíbrio. Por ser profissional liberal, o meu trabalho me proporciona organizar meus horários conforme minha rotina, assim, consigo tempo para assuntos pessoais, para estar com a família e para acompanhar a rotina da Sofia de perto.

Qual o maior cuidado que tens com a Sofia? Ela está com quantos anos? 
A Sofia está com cinco anos. Meu maior cuidado é para que ela seja uma criança feliz, mas não feliz por ter tudo o que quer e, sim, por saber lidar com conquistas, medos, frustações, com ganhos e perdas. Procuro criar a Sofia para o mundo, para tudo que a vida pode lhe proporcionar, para enfrentar todas adversidades. Quero que ela seja independente, sendo livre nas escolhas dela, convivendo com toda a família, cultivando amigos e sendo feliz.

E o maior medo?
Acho que meu maior medo é o de todas as mães: doenças. Claro que mãe sempre têm vários medos, mas são todos contornáveis e de um jeito ou outro acabam se resolvendo, mas doença nos deixa impotentes, muitas vezes não temos como controlar a situação  e isto me assusta.

O que tu falavas muito e mudaste de ideia com o tempo, em relação à maternidade? 
Nós, mães, somos sempre cheias de teorias. Mas quando a criança nasce, acabamos nos adaptando à rotina e as teorias ficam só  “na teoria”. Sempre pensava que quando tivesse um filho, seria uma criança com muitas atividades, faria vários cursos, enfim, que desde pequena teria que já saber várias coisas. Mas depois me dei conta que ela é apenas uma criança e criança precisa aprender, mas acima de tudo precisa brincar, precisa ser criança. Então mudei, hoje a Sofia vai para a escola de tarde e apenas uma manhã faz patinação, atividade que começou neste ano. Acho que a vida adulta é tão cheia de rotinas e compromissos, que não quero isso para ela desde pequena, são coisas que ela vai começar aos poucos até chegar na vida adulta.

Algumas mães passaram a usar a expressão “maternidade real” nos últimos anos, compartilhando críticas à ideia da maternidade ser um momento perfeito. Como tu vês esse movimento?
Quando estava grávida, comprei alguns livros sobre maternidade, mas quando comecei a ler, me dei conta de que eu não gostaria de seguir aquelas teorias engessadas de livros, sempre pensei que quando nascesse eu iria me adaptar à nova rotina e que cada criança é única. Acho que esse movimento de maternidade real é algo que foi resgatado do tempo de nossas avós e mães, que criavam os filhos dentro da sua realidade, sem teorias e regras. Esse conceito de maternidade ser um momento perfeito não existe, só quem é mãe sabe que a realidade é outra, no dia-a-dia vamos nos adaptando às novidades com o bebê e com todo resto de nossa vida. Assim, com erros e acertos tudo vai se ajeitando e não nos tornamos mães frustradas. Ser mãe requer muita dedicação, é muitas vezes cansativo, mas é a maior realização de uma mulher, é a troca de amor mais pura e verdadeira que existe. Amo minha Sofia.