Comunidade São Luiz comemora 100 anos
Quantas histórias cabem em um centenário? Muitas. Histórias de vidas entrelaçadas e vividas em um local que encanta por preservar
Quantas histórias cabem em um centenário? Muitas. Histórias de vidas entrelaçadas e vividas em um local que encanta por preservar o passado – que sabe conviver em harmonia com os tempos modernos – e por exaltar a natureza. Assim é a linha São Luiz, que completa 100 anos e prepara um domingo muito especial no próximo primeiro de outubro!
Berço de lideranças empreendedoras e políticas, a comunidade é rica em história, contada também pela memória de pessoas que vivem por lá, como o senhor Severino Chiele, 90 anos, neto do imigrante Marco Franchesco Chiele, um dos mais antigos moradores, que imigrara para o Brasil em 1884, e o responsável por construir, junto aos demais moradores, a igreja da comunidade, segundo o relato da professora Tereza Lovatto, em seu livro O Cotidiano de uma vida.
O tempo passou, desde a escritura da terra datada de 7 de maio de 1917. As primeiras famílias que habitaram a comunidade São Luiz como: Chiele, Molon, Fanton, Silvestrin, Rufatto, Gasperin, Sachet, Concato e De Cesaro frutificaram e alguns de seus descendentes são parte da comunidade, que hoje acolhe pessoas de diferentes origens, sendo o grande desafio agregá-las em torno de valores de paz, fraternidade, solidariedade e desenvolvimento comunitário.
Por falar em valores, a comunidade São Luiz, desde seu início, sempre desfrutou de um forte preceito de união entre as pessoas. No passado, as famílias se reuniam: os homens jogavam cartas, as crianças brincavam de ovo podre ou de se pegar, as mulheres conversavam e os jovens jogavam bocha. Hoje, a religiosidade, outra característica marcante da comunidade católica, cumpre este resgate para a manutenção dos vínculos entre os moradores.
A capela antiga foi derrubada em 1975 e a atual igreja, construída no ano seguinte, herdou o antigo altar.
Ainda é possível encontrar na comunidade alguns casarões preservados das famílias pioneiras. Paredes que abrigam histórias, assim como as terras que viram a construção da primeira escola, da estrada de ferro inaugurada em 1910, os descarrilamentos dos vagões e incêndios provocados pela maria fumaça, as histórias dos ferroviários, os milagres da gruta, as missas do padre Claudio Mascarello (conhecido como padre Balão, por levar balões para as crianças) e do Monsenhor Thiago Bombardelli e tantas outras.