Daniela Kappes – Viés integrativo
Daniela Kappes enxerga a maternidade como um renascimento. A médica, que está debruçada sobre estudos na área de medicina ortomolecular, integrativa e funcional, encontra no conceito de “integrativo” a complexidade da vida.
Como está a tua rotina hoje?
Tenho me dedicado à medicina ortomolecular, integrativa e funcional, áreas que analisam a saúde do indivíduo como um todo. Além disso, têm como objetivo restaurar e promover a saúde, devolvendo o equilíbrio ao organismo. É um salto entre simplesmente tratar os sintomas de uma determinada doença, para buscar solucionar a causa. Isso tudo é muito intenso e gratificante. Devolver a saúde às pessoas é uma alegria muito grande. Aprimorar o meu trabalho, aprender coisas novas, atualizar-me também é muito bom. Por isso, frequentemente tenho compromissos de estudos, congressos e qualificação profissional. Acredito que muito do que faço hoje é pensando no mundo que eu quero para a minha filha: um lugar onde as pessoas sejam plenas, saudáveis, felizes e possam se movimentar com qualidade e bem-estar.
O que é mais gratificante no “ser mãe”?
O conjunto da obra. Ser mãe é ótimo, mas dá trabalho. A maternidade transforma a mulher, quase como um renascimento. E não está relacionado apenas à geração e gestação do bebê, mas com o cuidado para toda a vida, o suporte de ensinamento e apoio para as conquistas do dia a dia. Ser mãe é amar o próprio filho, mas encher-se de amor pelo mundo. É um ato de amor e dor quase diários. A gente sabe que precisa estar presente, mas também sabe que é preciso ser pessoa integral e permitir que o filho também seja inteiro. Por isso adoro a ideia integrativa: conceito que cabe a complexidade da vida!
Qual é a importância da família na formação do caráter de um ser humano?
A família é essencial, é a base de sustentação e desenvolvimento do indivíduo. Ela é o modelo, o primeiro núcleo amplo de relações onde os conflitos nascem, mas também é onde o amor incondicional acolhe, acalenta e ensina. A família dá o rumo. Depois vêm os outros espaços de convívio e aprendizagem como a escola, os núcleos de amizades e assim por diante. No entanto, é à casa que a gente sempre volta quando precisa de colo, atenção e de lembrar quem a gente é de verdade, mesmo quando essa “casa” seja apenas a memória afetiva de um tempo que marca a nossa existência e segue sempre viva no coração, em qualquer idade.
O que mais te causa preocupação em relação à Sofia?
A violência me preocupa bastante, mas também penso na saúde, nas amizades, nas oportunidades, no temperamento… São tantas preocupações que quase fico paralisada. O que eu procuro fazer é não me obcecar por esses pensamentos. Eu tento ensinar e educar a Sofia para que ao longo do tempo ela esteja apta para fazer as melhores escolhas para ela mesma.
Qual a relação que tu fazes entre a educação de antigamente e de hoje?
Antigamente havia mais hierarquia familiar, menos diálogo entre pais e filhos. Havia mais imposição. Mas essa modificação de valores ou de comportamentos vem mudando em todas as relações humanas. Creio que em cada tempo da história, os desafios de educar estejam entre os principais da vida humana. Entendo que o tempo atual seja de complexidades. Talvez seja nesse sentido que temos a impressão de ser mais difícil educar hoje do que foi outrora. Porém, penso que o amor é o ingrediente que não muda nessa fórmula. Por isso, ame. O resto são só ajustes que podemos ir fazendo com esforço e dedicação e no final, tudo dará certo.