Decoração de coração

Ela é escalada para embelezar os eventos municipais e para isso utiliza toda a criatividade descoberta na infância
que passou com os avós. Mais do talento de Rosane Felicetti

Claudia Iembo
Especial

Experiência e bom gosto não lhe faltam. Mesmo com poucos recursos, ela consegue expressar a criatividade que possui. Conta com a colaboração de um, de outro e desta forma cumpre as missões de decoração que lhe são confiadas.

Um trabalho recente foi enfeitar os poucos pontos da cidade nesta época natalina. Recebeu algumas críticas por isso, que a chatearam sim, mas não abalaram o talento de sua mente artística e a gratidão às pessoas que valorizam o que ela faz. Estamos falando da responsável pela decoração dos eventos municipais, Rosane Felicetti.

Entre um evento e outro, trabalhamos a arte em pano para o Natal e começamos lá em fevereiro. Minha mãe, Alda, foi voluntária no crochê, contei com a ajuda dos meus colegas Alexandre Pratti, Ivanir Brustolin e Marcos Romani – meus irmãos de coração que não medem esforços na execução dos trabalhos que nos compete – e duas malharias locais doaram o tecido com o qual enfeitamos a praça da Matriz e posteriormente a praça da Emancipação, por causa da Feira do Livro. Gostaria de fazer uma decoração que enchesse os olhos de todos os nossos munícipes, mas no momento é o que temos a oferecer diante da crise que assola nosso país, explica.

Rosane é funcionária pública desde 1983 e como sempre deu atenção às suas habilidades manuais, em 1988, em uma homenagem ao Jornal O Farroupilha no Dia das Comunicações, despertou para o fato de que podia fazer mais arte, além de pintar paredes em escolas e paisagismo em praças.

Em 2001 passou a ser a responsável pelos eventos municipais e desde então tem mostrado seu dom em festas como Fenakiwi, Entrai, Feggart, Festival do Moscatel, Seleção de Vinhos, eventos da Afavin e das secretarias municipais. Quando faço estandes dentro ou fora da cidade procuro representar bem a nossa indústria e elevar o nome de Farroupilha. Agradeço ao prefeito Claiton pela confiança depositada em mim e pela autonomia com a qual realizo meu trabalho, acrescenta.

Família e lembranças

Rosane chega aos 51 anos fazendo o que ama fazer. Agradece a educação que recebeu dos avós, por quem foi criada, e a influência que teve dos tios, especificamente do tio radialista Paulinho das Quebradas. Ele ensinou-me um pouco de tudo e foi o grande responsável por incentivar minha criatividade quando criança, pois permitia que eu pegasse os tijolos na olaria de meu avô para montar as casinhas debaixo das árvores! Tive uma infância muito feliz em Nova Sardenha e meu tio Paulinho era como um irmão mais velho, uma referência para mim, revela Rosane.
Ela foi educada pelos avós Rodolfo e Florentina porque sua mãe teve outro filho no mesmo ano em que ela nasceu. No registro consta o local de nascimento como Vacaria, mas Rosane é farroupilhense, de coração.

Casou-se aos 18 anos, teve Nelson Rodolfo, hoje com 31 anos. Separou-se e há 10 anos conheceu Paulo, com quem está e de quem emprestou outro filho, Uellinton, de 19 anos. Como encaminhei meu filho Nelson, estou empenhada em encaminhar para a vida o Uellinton, afirma, convicta.

Rosane parece ser destas pessoas que não passam sem deixar sua marca daqueles que fazem parte do seu caminho. É gentil e amorosa.

Entrega-se de corpo e alma a deixar os eventos mais bonitos, atravessa noites trabalhando se for preciso e adora voltar para seu porto seguro, a família que possui. Família é tudo! O Paulo é tudo de bom na minha vida, uma pessoa encantadora, que me faz muito bem, além dele, meu filho, meu enteado, minha nora Gabriela, meus irmãos e meus pais Alda e Fabrício.

Para celebrar o aniversário do município, a história de alguém que contribui para que tudo o que acontece por aqui tenha ainda mais beleza, mais graça Peço a Deus que me dê saúde e sabedoria para continuar com meu trabalho e com a vida simples que levo, com a casa cheia de amigos e familiares aos finais de semana, finaliza.
Pode estar faltando luz à decoração natalina da cidade, mas certamente não falta à pessoa que a executou. Pelo menos, essa é a percepção que se tem de Rosane Felicetti. Com limões, ela faz mais que limonada.